Fiquei triste com a situação que enfrenta o colega Clodoaldo Marques,porque sei que ele não é o único a passar por tal vexame.Nesta longa estrada de radialista eu me deparei com donos de rádios de todo tipo,malucos,bobos,gananciosos,espertos e até agressivos.Vou contar um pouco dessa minha aventura com proprietários de emissoras.Quando trabalhava na antiga Rádio Carioca de Feira de Santana,conheci um gerente chamado Roberto Rubem,um cara legal,mas um meio tantan,na condição de operador de rádio,coloquei uma música antiga e uma vinheta de saudade,o cara veio maluco pra cima de mim,dizendo que a música era velha mas que ninguém sabia e ele iria transformar em um novo sucesso nacional,imagina,uma música dos anos 60 e o cantor com uma voz idêntica a de Vicente Celestino. Teve também um Frei na minha vida no Rádio,esse foi demais,isso foi na Rádio Sociedade,o cara era galã,tanto é que largou a batina e casou; um dia o desgraçado olhou pra mim e disse: “apartir de hoje,você vai trabalhar sempre das 18 a 01 da manhã,e aos domingos das 04 da madrugada as 9 horas”.Aí eu falei : Frei eu moro longe,todo mundo aqui é solteiro,só eu tenho família.Ele respondeu: “É por isso mesmo,quem mandou você arranjar família ainda tão novo”? Filho da ...se eu pudesse na época eu metia um murro na cara dele.Depois fui trabalhar em uma outra emissora.
Já em 93,também em Feira,o dono da emissora disse que não era pra eu falar o nome de Jesus porque tinha muitos ouvintes que não gostava do filho de Deus,aí me faltou a paciência e mandei ele meter a Rádio dele naquele lugar.Quando retornei aqui pra Serrinha,passei um período na antiga Rádio Difusora,na época o diretor era Carlos Miranda,aliás,um bom amigo,e que era chamado pelos colegas de “engenheiro das obras inacabadas”.Miranda era um sonhador,mas em alguns momentos um cara insensível.Então fui trabalhar com o dono do Grupo Lomes, DR Antonio Lomes,que como todo iniciante também pecou muito,mas nunca maltratou seus funcionários,é verdade que demitiu vários e contratou tantos outros,eu mesmo fui demitido por ele pelo menos umas 5 vezes,mas posso garantir que eu provoquei as demissões ,por não aceitar suas determinações,hoje sei,que temos que respeitar a hierarquia,manda quem pode e obedece quem tem juízo. Mas jamais aceitei ou aceitarei qualquer tipo de falta de respeito dentro da minha profissão.Se um dono de rádio me pedir algo que possa me deixar em situação ruim com meus ouvintes ele pode ser dono até do inferno,eu mando ele ir pra lá,acho que devemos respeitar o patrão mas ele também tem essa obrigação.No caso de Clodoaldo Marques,acredito que ele não deve levar tão a sério o que disse Sandro do trator,afinal é de máquinas pesadas que ele entende,Rádio não é a área dele,a culpa é do meu amigo Plínio Carneiro que não emprega em sua emissora um profissional capacitado,Radialista de profissão.Então eu só posso lamentar que em meio a tantos colegas que estão sem trabalho se entregue o jornalismo a uma pessoa sem a mínima experiência e ainda se anuncia que tem um jornalismo de credibilidade,uma nova maneira de informar...que jornalismo é esse em que o Repórter é chamado atenção por fazer uma matéria sobre o sofrimento do povo,dos pobres,de quem dorme ao relento,isso é jornalismo sério ?