Diz o dicionário, em uma de suas definições sobre mordaça: “Repressão da liberdade de escrever ou de falar.”Diz ainda sobre trevas: “Escuridão absoluta. Estupidez, ignorância.”Se misturarmos esses dois vocábulos, mexermos bem e os temperarmos com arrogância, prepotência, autoritarismo, certamente obteremos a falta de respeito e em consequência a miséria política administrativa.Não importa se vestida de toga, farda ou terno e gravata:a falta de respeito com as pessoas, com a população é sinônimo de trevas, e, é assim que a sofrida e desrespeita população de Serrinha se encontra: indignada com a atual situação política administrativa. Senão vejamos: Protocola-se um projeto na Câmara de iniciativa de um vereador para criação de cargos, e será que esse projeto foi elaborado sem que o jurídico tomasse conhecimento? O que vemos é uma explicação que nada explica de que ao se pedir vista do malfadado projeto é que se tomou conhecimento de que este ia de encontro com as normas jurídicas, estão brincando de legislar, e o mais interessante é que aumenta-se o salário de uma pessoa que esta ligada a quem seria o beneficiado do projeto engavetado. Estão duvidando da capacidade dos munícipes no exercício do entendimento, estão nos chamando de burros.Os politicamente broncos e moralmente indescritíveis fazem como Sócrates. Depois percebem, tarde!, que isto é gente, apenas gente que compreendeu os fins últimos das políticas seguidas. Extorsão geral. Favorecimento dos Fortes e dos Ricos. Esbulho da antiga classe média. Revolta. Rebelião. O inverso de todas as sondagens e de todos os alvitres.
A arte da dissimulação é bastante aplicada pelo ser humano, de uma maneira geral, no correr de sua vida. Mas, é na política que ela ganha maior realce. Alguns a aplicam com o sentido da perfeição do fingimento, do disfarce, dentro do espírito do exercício de uma “arte”. Alguns se especializam nessa “arte”, porém com o sentido do artifício ardiloso, da astúcia. Em qualquer deles é manifesto o desejo da impostura, da falsa devoção, do burlar.
As pessoas estão cansadas de ser enganadas, e para quem pensa que a população de Serrinha é como uma Vaquejada, ou seja: os vaqueiros em seus cavalos perseguindo o boi para derrubá-lo, mas a cada 4 anos levantamos e cometemos o mesmo erro, caímos novamente, uso uma pequena frase em uma das crônica de Arnaldo Jabor: E só assim, "alienados", com os olhos bem tapados, com o coração lacrado, com o cultivo da estupidez, com a devoção à baba elástica e bovina dos imbecis, poderemos chegar à revelação final e, num rasgo de felicidade, amar para sempre a beleza do excremento! Eu como advogada militante nesta cidade sinto-me na atualidade como os versos descritos na musica LAMENTO SERTANEJO de composição de Gilberto Gil e Dominguinhos:
Por ser de lá
Do sertão, lá do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga do roçado.
Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigos
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado.
Por ser de lá
Na certa por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo.
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão boiada caminhando a esmo.