O calendário de festas populares de Salvador será aberto no dia 29 deste mês com um desfile do Campo Grande à Praça Municipal em homenagem ao Dia do Samba. Até fevereiro, milhares de pessoas irão às ruas participar de missas, procissões e festas de largo, na tradicional mistura do sagrado e profano que antecede o Carnaval.
No entanto, a população precisa estar atenta: são em festas onde existe a aglomeração de pessoas que as doenças de fácil transmissão, como meningites, hepatites, gripes e resfriados se proliferam. “A aglomeração de pessoas facilita a transmissão de doenças, sejam quais forem: gripes ou meningites”, pontua o infectologista Fernando Badaró.
De acordo com o infectologista Juarez Dias, da Coordenação Estadual de Emergências de Saúde Pública (Cevest), a população tem que adotar medidas de prevenção para evitar que surtos, como o ocorrido em Porto Seguro, se repitam em Salvador. “Teoricamente não há o risco de pandemias. O que pode acontecer são surtos, grupos de pessoas doentes como ocorreu em Porto Seguro”, diz.
Segundo Dias, os órgãos de saúde pública não podem conter as contaminações, pois não existem medidas concretas a serem tomadas. O ideal seria que a população evitasse aglomerações e optasse por espaços ventilados, sem esquecer das medidas de higiene e prevenção. “O nosso trabalho é mais vinculado à sensibilização. Não existe medida concreta”, afirma. “As pessoas precisam manter a higiene, lavar sempre as mãos, conhecer quem vai beijar, evitar dividir copos, talheres, latinhas de refrigerante e cerveja”, recomenda.
O infectologista da Cevest explica que a transmissão de doenças como herpes, hepatite A, meningites, gripes, resfriados, conjutivite e micoses ocorre através do ar e do contato oral e ressalta aquelas cuja transmissão se dá pelos alimentos, como a leptospirose e as doenças diarreicas. “Nessas festas é comum o consumo de alimentos inadequados e que não têm bom armazenamento”, acrescenta.
As medidas de higiene aconselhadas pelo coordenador da Cevest poderiam ser adotadas pela população se as festas populares de Salvador tivessem melhor infraestrura, conforme afirma o infectologista Fernando Badaró. Segundo ele, as festas populares não são preparadas para evitar epidemias. “É difícil uma medida preventiva na atual situação que ocorrem as festas populares. Não temos locais onde lavar as mãos na rua, faltam banheiros públicos, as pessoas urinam no mesmo local onde vão comer, perto das barracas, o que aumenta, por exemplo, o risco de hepatite”, destaca.