terça-feira, 24 de novembro de 2009
Mensalidades escolares vão ter reajuste de até 9,5%
O reajuste médio divulgado pelas escolas particulares de Salvador aumenta em 8% o valor das mensalidades para 2010. Já a inflação até outubro foi de 3,48%, com previsão do Banco Central de fechar o ano em 4,3%, metade do acréscimo apresentado pelas escolas. Em 2008, o reajuste médio ficou entre 5% e 7%. Este ano, Natálio Dantas, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe-Bahia), informou que os reajustes variam entre 6% e 8%. Porém algumas escolas visitadas pela reportagem de A TARDE divulgaram altas de até 9,5%.
Este reajuste é calculado com base na planilha de custos feita por cada escola sobre os gastos médios que terão no próximo ano. Material de limpeza e de escritório, reajuste de professores e outras despesas para a manutenção da instituição entram nesta folha. Os pais que acreditam que o reajuste é abusivo pode solicitar a planilha para a escola, orienta Augusto Cruz, advogado especialista em direito consumerista. “É importante verificar o reajuste praticado por outras escolas. Caso seja necessário, é indicado procurar primeiro a associação de pais e mestres da escola para formalizar uma queixa”.
Seguindo esta lógica, os reajustes praticados pelas escolas da cidade são bem semelhantes. Lurdinha Viana, diretora do Colégio Oficina, Pituba, diz que o percentual da escola estará abaixo dos 10%. “Estamos com este índice sob análise. Mas mesmo que seja 9,2%, não chega aos 10%”, diz.
Esta faixa de reajuste está dentro da expectativa da administradora Leila Campos, mãe de dois filhos, um em cada colégio. Ela diz que nunca pediu desconto, mas que quando colocar os dois filhos na mesma instituição sabe que receberá abatimento. “Já me preparei para este reajuste”, conta Leila.
Mesmo com o reajuste, Heloísa Helena Monteiro, diretora de comunicação do Sindicato dos Professores do Estado da Bahia (Sinpro), diz que estes valores não são repassados para os profissionais. “Quando os donos das escolas afirmam que o aumento está relacionado ao aumento dos professores, é uma falácia”.
Nesta conta também entram os descontos praticados pelas escolas. Segundo a orientadora educacional do Colégio Cândido Portinari, Michelini Orsi, cerca de 40% dos pais pedem um desconto à instituição quando procuram a escola pela primeira vez. “Além da preocupação com metodologia do colégio, os pais questionam logo o preço da matrícula na hora das entrevistas”, avalia Michelini. O Portinari não divulgou o índice de reajuste.
O Instituto Social da Bahia (Isba) também trabalha com avaliação de cada caso para conceder o desconto. “Se for um bom aluno, encaramos como um bom investimento para o colégio tê-lo conosco”, diz Antônio Freire, gerente de comunicação do Isba. Freire diz que a escola irá trabalhar com um reajuste de 7%.