O prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), ficou em último lugar no ranking de avaliação de prefeitos realizado pelo Instituto Datafolha e publicado neste domingo, 27, no jornal Folha de S.Paulo. O ranking leva em consideração, em primeiro lugar, a nota média atribuída aos administradores, em uma escala que vai de zero a dez.
No caso de Salvador, o prefeito ficou com 4,9. Como critério de desempate, o Datafolha utiliza os índices de aprovação e rejeição dos prefeitos. No caso de Salvador, o percentual de reprovação foi de 35%, enquanto o de pessoas que consideram a administração boa ou ótima é de 25%.
A popularidade da administração soteropolitana é vista como um termômetro das eleições para 2010. Apesar de não ser candidato, João Henrique é o principal cabo eleitoral da candidatura do PMDB ao governo do Estado. Dessa maneira, sua administração refletiria como seria um governo peemedebista no Estado.
Mas, apesar disso, ela se mantém na última colocação entre as nove capitais pesquisadas. O prefeito amarga com esta posição nos últimos três anos da pesquisa, quando sua popularidade oscilou entre 24% e 28% e o percentual de reprovação variou entre 35% e 43%, este último número em 2007, antes da reeleição.
O ministro Geddel Vieira Lima, pré-candidato do partido para o governo do Estado, lembrou a baixa popularidade do prefeito de Salvador antes das eleições de 2008, quando foi reeleito para o governo da capital baiana. “Este resultado é reflexo da exposição na mídia. Enquanto o governo do Estado faz uma campanha massiva, a prefeitura economiza em verbas de publicidade”, disse.
O assessor de comunicação da prefeitura, André Curvello, informou que não conseguiu entrar em contato com o prefeito, mas lembrou que historicamente esta pesquisa aponta baixos índices de popularidade a João Henrique. “Não levamos este índice em consideração, já que, no ano passado, o resultado foi semelhante e nós vencemos a eleição”, disse.
Recorrente - O ranking de prefeitos do Datafolha aponta a baixa popularidade de João Henrique desde 2007. Mesmo logo após a posse para o segundo mandato, em março de 2009, ele permanecia em 9º lugar entre as nove capitais pesquisadas.
A vereadora da bancada de oposição na Câmara Municipal, Vânia Galvão (PT), comentou que o resultado da pesquisa reflete a política adotada na administração de Salvador. “Não há planejamento, as ações são realizadas no susto e coleciona críticas em todas as áreas”, avaliou.
Para o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), aliado do prefeito, a baixa popularidade é reflexo da dificuldade financeira pela qual a prefeitura passa. “As medidas adotadas para amenizar este problema só surtirão os primeiros efeitos em 2010”, disse. Ainda assim, ele diz que a pesquisa chama a atenção para algumas áreas que considera prioritárias e que merecem maior atenção. “Posso citar a segurança e a saúde, onde, apesar dos esforços, os resultados são muito limitados”, declarou Neto.