Radialista. Todos nós temos o nosso preferido! Sertanejo, popular, moderno, noticioso ou esportivo. Conhecemos a sua voz, trejeitos, manias ou estilo como queira. Mas nem sempre conhecemos a pessoa física dele; não sabemos de seus problemas pessoais-familiares, suas angústias e anseios como qualquer ser humano.
Todos os dias, no mesmo horário, faça chuva ou sól, o radialista cumpre seu horário. O ouvinte nem tem noção onde mora esse profissional, os problemas que deixou em casa, se tomou ou não café da manhã ou como conseguiu chegar até ao local do trabalho. Impressionante como o ouvinte passa a ter enorme identificação com o radialista, mas ao mesmo tempo vive outra realidade pessoal, outro mundo como se diz.
O radialista é como aquele palhaço do circo, que independentemente de seu estado emocional, tem que fazer o público rir. O radialista tem que passar vida, contagiar quem está do outro lado, sob pena de ser visto como incompetente e perder o emprêgo. Conheço o mundo da radiofonia…conheço o universo destes sonhadores, que amam o que fazem.
Assim convido os ouvintes para uma reflexão sobre essa notável atividade, sedutora e ingrata ao mesmo tempo. Sedutora porque toca o ego do profissional – quando está em atividade – e ingrata quando ele – por qualquer motivo – fica fora do ar.
Radialista sem microfone para falar e como um palhaço sem um picadeiro, peixe sem água, passarinho sem asa. O microfone é o oxigênio do radialista. Sem ele, vai definhando…perde o prazer pela vida e morre de tristeza, hoje chamada de depressão. Conheci muitos deles por aí que não resistiram e partiram para outras blumas.
Se eu fosse Presidente da República criaria uma lei especial: TODO RADIALISTA TEM DIREITO A UM MICROFONE …PARA TORNAR O MUNDO MAIS FELIZ"