terça-feira, 26 de janeiro de 2010
edson almeida comenta sobre o resultado do BA X VI
Revisem os conceitos: pode haver um favorito, mas nunca um vencedor. E quando eu disse isso, durante toda a semana, houve quem retrucasse que era uma irreparável omissão. O Bahia vinha melhor, obtivera dois resultados expressivos e o Vitória vencera um jogo apertado e perdera o outro jogando em ambos um futebol pouco convincente.
Não costumo me intrometer na opinião de ninguém, mas há um velho hábito de se analisar os clássicos sob a luz da nostalgia dos anos 70 e 80 em que o Tricolor entrava favorito e incontestável ganhador. Em 10 jogos ganhava oito. De uns tempos para cá o negócio mudou e, até por uma questão de justiça, o clube mais estruturado, que não precisa contratar meio-mundo de reforços a cada início de temporada é o Rubro-negro, portanto é prudente ter-se cautela nestas análises saudosistas.
O Vitória ganhou porque teve mais experiência e jogadores de melhor nível técnico, já mais assentados, sem as carências de reafirmação. Há muitos garotos no Bahia, a maioria de boa qualidade, mas que ainda necessitam rodar muita estrada. Também, foi predominante o fator de o time de Renato Gaúcho entrar muito crente de que o jogo estava no papo e o de Ricardo Silva, muito mais modesto pelas próprias circunstâncias, a consciência de que era preciso se superar.
Elogio para o comportamento dos dois técnicos após o clássico, com Renato voltando a advertir que ainda começa um trabalho de reformulação e que esse revés tem que ser absorvido com altivez e Ricardo Silva desprezado qualquer tipo de grandeza, mostrando que é só mais um capítulo de uma intrincada história que é todo o difícil campeonato.
Acho que este Ba-Vi se decidiu pouca coisa em termos de título, pelo menos deu mais uma lição para os afoitos e videntes de ocasião.