1. O maior problema da administração do governador Jaques Wagner é a segurança pública. Todas as pesquisas apontam nessa direção e seus adversários como candidatos a governador, Paulo Souto e Geddel Vieira Lima, também com base nessas informações dos institutos "batem" no chefe do Executico com esse mote, pontuando números do avanço da violência na Bahia.
2. Isso é público e notório. O governo do Estado tem se esforçado no sentido de combater o crime, com aumento de efetivos da PM e da Polícia Civil, compra de equipamentos, melhores salários e outros itens. Há, por parte do comando da SSP, sempre a observação de que as drogas são um referencial do crescimento da violência e o crime se organizou de forma mais profissional, e isso tem dificultado êxitos frequentes de suas ações.
3. Isso também é uma verdade, porém, deve-se observar que uma boa parte dos homicídios, roubos, furtos e casos de violência são praticados pelo crime desorganizado. Veja o que aconteceu neste final de semana em São Sebastião do Passé quando um sujeito, de apelido Índio, chacinou 4 pessoas. E mais, dezenas de casos que aconteceram na RMS, brigas, bebedeiras, arruaças, ciúmes, etc, que resultaram em mais de 60 homicídios.
4. Estamos diante de uma situação, sobretudo em ano eleitoral, que exige uma postura mais firme do governador do Estado, sob pena dele pagar um preço bastante alto na campanha eleitoral e no pleito em sí. Chamar pra sí, diretamente, a responsabilidade de combate a violência, com fez o governador Sérgio Cabral, no Rio, para que possa reverter essa situação.
5. Observe o seguinte: a Região Metropolitana de New York tem algo em torno de 16 milhões de habitantes, o que representa 5 vezes mais em população, à Região Metropolitana de Salvador. Em 2009, NY teve contabilizados 461 homicídios, graças a política de Crime Tolerância Zero que vem sendo aplicada desde 1992. A RMS entre 24/12/09 a 2/1/10 teve 62 homicídios, 6.2 ao dia, o que deverá resultar, ao final deste ano, em 2.000 homicídios.
6. Numa hipótese comparativa a grosso modo, hoje, se a RMS tivesse 16 milhões de habitantes teríamos, em tese, 10.000 homicídios ano. Portanto, seria uma calamidade superior ao que existe na atualidade no Iraque.
7. No início do governo Wagner, os três poderes se reuniram (Executivo, Legislativo e Judiciário) e organizaram a Agenda Bahia com uma série de medidas que ajudariam, e muito, se efetivadas fossem, no combate ao crime, interrelação entre os poderes e tudo mais. Pouco se executou dessa agenda. Reiteradas vezes o secretário da Segurança Pública, César Nunes, queixa-se de que a Polícia faz sua parte e a Justiça afrouxa, colabora na soltura de criminosos.
8. Acontece que, nem César Nunes, nem o coronel Nilton Mascarenhas, nem Joselito Bispo, são votados em outubro próximo. O julgamento será do governo como um todo, porém, o nome que representa um projeto é o de Wagner, daí que, se não dá pra iniciar um Crime Tolerância Zero que, pelo menos, mobilize-se o governo em bloco e mais os outros poderes para conter a violência.
9. Projetos existem. Inclusive um que proibe a venda de bebidas alcoólicas a partir das 22h nos bairros e aos domingos e feriados a partir das 14 horas. Crimes comuns como urinar nas ruas, bater em mulheres e homens, poluição sonora, dirigir bêbado, conduzir cães para fazer coco nas ruas, ocupar espaços públicos para venda de todo tipo de produtos, especialmente bebidas alcoólicas, seriam passíveis de pena e multas.
