O formato dos cachorros-quentes é perigoso para crianças porque pode provocar engasgamentos e, por isso, deveria ser redesenhado, afirmou a academia americana de pediatria em um relatório publicado ontem (22) pela revista "Pediatrics".
Segundo cientistas da academia, a forma alongada, o tamanho e a textura dos cachorros-quentes aumentam o perigo de que crianças engasguem.
De acordo com o relatório, mais de 10 mil crianças dão entrada nas emergências americanas e 77 morrem anualmente nos Estados Unidos por engasgarem com cachorros-quentes.
O estudo também diz que 17% dos casos de asfixia por alimentos estão ligados aos cachorros-quentes.
"Se os melhores engenheiros do mundo quisessem criar o bloqueio perfeito da traqueia de uma criança, este teria a forma de um cachorro-quente", diz Gary Smith, diretor do centro de pesquisa de lesões do hospital pediátrico de Columbus, no estado americano de Ohio. "Sou um pediatra de emergências, e tentar extrair os cachorros-quentes depois que entalaram é praticamente impossível", acrescentou.
Segundo Smith, a solução estaria em um novo desenho do cachorro quente porque, ao contrário dos brinquedos, este não contém uma advertência sobre o perigo que representam para crianças.
"Nenhum pai pode vigiar seus filhos o tempo todo. A melhor forma de protegê-los é com um novo desenho", acrescentou.
Janet Riley, presidente do conselho americano do cachorro-quente e salsichas, concorda com o alerta da academia e diz que mais da metade dos cachorros-quentes contêm conselhos para serem cortados, justamente com o objetivo de impedir que crianças se engasguem.