Pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, o deputado Ciro Gomes (CE) afirmou nesta quarta-feira que está do mesmo lado político da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT, mas não no mesmo palanque. Ciro disse que se sentiu orgulhoso com o convite apresentado hoje pela petista, mas que não abre mão de disputar a Presidência.
"Ela [Dilma] foi extremamente lisonjeira, todos sabem da minha admiração, mas eu quero ser candidato. Vamos estar do mesmo lado político, mas não no mesmo palanque", afirmou.
Ciro admitiu que o único motivo para recuar de sua candidatura presidencial é a possibilidade do PSB não chancelar o nome dele.
"Eu vou resistir firmemente. Eu quero ser presidente. A única circunstância para eu desistir é se o PSB pedir para retirar meu nome, aí eu aceito docilmente. Agora, se o PSB pedir para eu ser candidato a governador de São Paulo, aí eu vou espernear muito e depois resolver", afirmou.
Ciro afirmou que sua candidatura é importante porque ele representa o candidato do futuro, enquanto a ministra é a candidato do presente e o presidenciável tucano, o governador José Serra (São Paulo) é o candidato do passado. "Eu vou ganhar a eleição, o Serra é passado, a Dilma é presente e eu sou o futuro", disse.
Pressionado pelo comando do PT e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a disputar ao governo de São Paulo, Ciro deve definir seu futuro político no próximo mês. O deputado disse que se hoje o presidente Lula pedisse para ele deixar a disputa, estaria cometendo um erro gravíssimo. "Se fosse hoje, eu diria que ele estaria cometendo um erro gravíssimo em relação ao futuro do país", afirmou.
Para o deputado, a possibilidade do PSB ficar sem alianças para dar fôlego a sua candidatura não traz nenhuma preocupação. "Se depender sou candidato ainda que o PSB ainda esteja sozinho, mas não é uma aventura particular minha", afirmou.
Questionado sobre o resultado da pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta semana, Ciro disse que "ignorou". A pesquisa aponta queda do deputado em 6 pontos percentuais em suas intenções de votos na simulação para Presidência da República.
"Pesquisa feita com essa distância [da eleição] tem o valor que tem. Não muda nada. São pistas de um momento em que a população ainda não está ligada no assunto. Há 30, 40 dias a pesquisa dizia outra coisa", disse.
Segundo o deputado, as pesquisas sempre apresentam problemas. "As pesquisas têm desvios morais às vezes e estatísticos sempre", disse.
A pesquisa mostra que a ministra petista encosta no tucano José Serra, governador de São Paulo. Serra recebeu 33,2% das intenções de voto, seguido por Dilma, com 27,8%, e pelo deputado Ciro Gomes (PSB), com 11,9%. Marina Silva (PV) aparece em quarto lugar, com 6,8% das intenções de votos. Os indecisos, brancos e nulos somam 20,4%.
Apesar de Serra ainda aparecer em primeiro lugar em todos os cenários da pesquisa estimulada (com a lista de candidatos apresentada aos eleitores), a CNT/Sensus mostra também uma queda do tucano em relação à pré-candidata do PT. Dilma subiu seis pontos percentuais em relação à edição anterior da pesquisa, divulgada em novembro de 2009.