A Polícia Federal (PF) informou, na noite desta sexta-feira, que o ex-deputado Geraldo Naves se entregou em Brasília. O Superior Tribunal de Justiça expediu, ontem à noite, um mandado de prisão preventiva contra o ex-deputado devido às suspeitas de envolvimento no suposto esquema de corrupção no DF, chamado de mensalão do DEM. Segundo a PF, ele deve ser transferido à penitenciária da Papuda amanhã.
O mandado de prisão do STJ também atingiu o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), preso há mais de 24h na sede da Polícia Federal, em Brasília. A medida incluiu ainda, o ex-diretor da Companhia Energética de Brasília, Haroaldo Carvalho, o ex-secretário particular e sobrinho de Arruda, Rodrigo Arantes e o ex-secretário de Comunicação do DF, Welington Moraes, além de Antônio Bento, ex-conselheiro do metrô do DF, preso há mais de uma semana.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello recusou, na tarde de hoje, o pedido de habeas-corpus feito pelos advogados de defesa de Arruda, Nélio Machado e José Gerardo Grossi.
Nesta tarde, Rodrigo Arantes, Welington Moraes e Haroaldo Carvalho foram transferidos da superintendência da PF para a penitenciária da Papuda, em Brasília.
Entenda o caso Arruda
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.