Apesar de negar qualquer articulação com o senador César Borges, o deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB) teve um encontro muito mais do que “informal” nesta quarta-feira (7) com o parlamentar. Ao observar a dificuldade quase que instransponível nos ajustes das chapas proporcionais entre os partidos que apoiarão o governador Jaques Wagner (PT), o que adia a confirmação da adesão do PR há semanas, o peemedebista decidiu fazer uma oferta a Borges. Na mesa de negociação, o sonho de todos os deputados do PR: fazer parte do chapão geddelista, que teria, por enquanto, PMDB, PTB, PR, PSC e PR. As expectativas são interessantes: em 2006, o último deputado federal eleito na chapa formada por PMDB, PSB, PPS e PV foi Edson Duarte (PV), com 27 mil votos. Na mesma coligação, para estadual, o corte foi de 26 mil votos – Virgínia Hagge (PMDB). Mas os atrativos oferecidos a Borges foram muito além de conforto para os deputados do partido. Na ocasião, Geddel pôs na mesa também o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf) e a Secretaria Geral do Ministério da Integração Nacional. A cereja do bolo, que teria tornado a proposta deveras tentadora, seria a garantia de ajudar no financiamento da campanha de todos os deputados do PR. Agora, mais do que nunca, César Borges vive seu dilema: seu interesse é se aproximar de vez ao petismo, sob a perspectiva de desfrutar do prestígio com a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), caso ela se eleja presidenta, mas a pressão de membros do seu partido é por garantir conforto para a eleição dos deputados.
