terça-feira, 20 de abril de 2010
Lula cogita 'conduzir' Dilma a palanque no 1º de Maio
O comando da campanha de Dilma ‘Lulodependente’ Rousseff começou a organizar a próxima aparição da candidata ao lado de Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva.
Deve ocorrer no Dia do Trabalhador, 1º de maio, em palanque montado por centrais sindicais, em São Paulo.
O evento depende apenas de uma análise jurídica e da palavra final de Lula. O martelo será batido até o final da semana.
O último evento conjunto da dupla ocorrera em 10 de abril, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo.
Resultou em nova ação do PSDB no TSE. Além de acusar Lula e Dilma de fazer campanha ilegal, o tucanato questiona o uso eleitoral de verbas sindicais.
Daí a análise jurídica encomendada pelo comitê de petistas que assessora Dilma. Programa-se, de resto, o calendário das próximas viagens da candidata.
O roteiro inclui, além de São Paulo, dois Estados-problema: Paraná e Rio de Janeiro. São locais onde os palanques de Dilma ou balançam ou estão eletrificados.
No Paraná, o palanque bambeia. Ali, Lula tenta, desde o ano passado, empurrar o PT para dentro da coligação do senador Osmar Dias (PDT).
Porém, Osmar coleciona divergências com o petismo paranaense. Passou a flertar com a candidatura tucana de Beto Richa, um apoiador de José Serra.
Nas últimas semanas, o Osmar levou à balança a hipótese de disputar a reeleição ao Senado, não o governo paranaense.
No Rio, são dois os palanques que se dispõem a recepcionar Dilma: o de Sérgio Cabral (PMDB) e o de Anthony Garotinho (PR).
Sentindo-se preterido, Garotinho virou fio desemcapado. No domingo (18), ensaiou um curto-circuito.
Garotinho acusou o ex-aliado Cabral de enriquecimento ilícito. E deixou em suspenso o apoio a Dilma.
Não serão as primeiras divergências a cruzar o caminho da candidata. Dilma já deixou um rastro de polêmica em Minas e no Ceará.
A despeito disso, o comando da campanha avalia que a necessidade de expor a candidata se sobrepõe às quizilas regionais.
Nesta segunda (19), foi inaugurado o comitê suprapartidário de coordenação da campanha. Uma tentativa de atenuar as encrencas estaduais.
Prevê-se que os aliados farão reuniões quinzenais. O próximo encontro foi agendado para 3 de maio.
Diz-se que a agenda de Dilma será debatida nesse colegiado. Mas o PT levará à mesa pratos prontos.
Pafra complicar o novo comitê deve produzir outra polêmica. Previra-se, de início, que apenas partidos já fechados com Dilma teriam assento no grupo.
Por esse critério, teriam voz, além do PT: PMDB, PDT, PR, PRB e PCdoB. Súbito, incluíram-se representantes do PTB e do PP no conselho.
O PTB, embora desunido, pende para o apoio a Serra. O PP analisa a alternativa de se manter neutro, liberando seus diretórios estaduais.
A despeito disso, foram à primeira reunião os petebês Gim Argello (DF) e Jovair Arantes (GO); e pepê João Leão. Vem barulho por aí.