sexta-feira, 9 de abril de 2010
O POVO FALA...
Como se escolhe um candidato a presidente? Experiência? Simpatia? Competência? Sorte? Diria que cada caso é um caso, embora a pessoa estando no lugar e momento certos leva uma grande vantagem sobre alguém que se encontra distante dos acontecimentos. Foi assim com Fernando Henrique Cardoso, na época ministro da fazenda de Itamar Franco e surfando no sucesso do Plano Real, e agora com Dilma Rousseff, há pouco tempo uma ilustre desconhecida da maioria dos brasileiros, mas que teve a dádiva de cair nas graças de Lula, seu vizinho no Palácio do Planalto e avalista maior de sua candidatura.
Tenho certeza de que ninguém se arriscaria a apostar no nome da ex-ministra quando ela assumiu a Casa Civil, trazendo no seu alforje pré-Hermés tão somente a fama de técnica competente e uma cara de poucos amigos. Ou melhor, talvez só o assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, que espalha por aí que foi dele a idéia de sua nomeação, e anda arvorando-se como seu verdadeiro padrinho político. A propósito, caso eleita, antevejo centenas de patronos batendo no peito e chamando para si a responsabilidade do fato, do mesmo modo que, se der Serra, muitos lavarão suas mãos nas águas turvas do oportunismo e as enxugarão nas encardidas toalhas da desfaçatez, fato bastante comum de se ver nos banheiros brasilienses - e atualmente, até nas pias batismais.
A grande dúvida dos especialistas é se Lula, que a cada dia aumenta mais a sua popularidade, conseguirá eleger sua pupila. É que a vida, embora às vezes pareça, não é um filme, onde você pode preparar o roteiro de modo a não ser surpreendido no grande final. Como exemplo, temos o próprio Lula, o Filho do Brasil, longa-metragem que foi feito para provocar uma comoção nacional dentro e fora dos cinemas, mas que não cumpriu o seu papel. Bem diferente do filme sobre o médium Chico Xavier, que sem muito alarde estreou batendo recordes de público. É que, diferentemente das escolhas políticas, neste caso a palavra sorte não tem lugar no letreiro final.
Janio Ferreira Soares
De Paulo Afonso (BA)