terça-feira, 1 de junho de 2010
JORNALISTA VALDOMIRO SILVA (FOTO)COMENTA
Em uma nota bastante objetiva, de quatro linhas, o governo municipal manifestou-se, hoje à tarde, acerca da denúncia feita pelo vereador Ronny, na Câmara, de que há, na Prefeitura, um servidor que está atuando em três funções e acumulando aproximadamente 20 horas de trabalho por dia.
Conforme divulgado neste site pelo jornalista Ordachson Gonçalves, que faz a cobertura online da sessão da Câmara, Ronny subiu à Tribuna da Casa para denunciar a situação do tal funcionário, que ocuparia “três cargos distintos na Prefeitura”. O servidor atuaria, originalmente, como técnico de laboratório, mas ocuparia ouras duas funções no âmbito administrativo. O teor da nota do governo, sobre o assunto:
“A respeito da denúncia do vereador Reinaldo Miranda Vieira Filho, sobre um funcionário que estaria acumulando três funções na prefeitura, o Governo Municipal garante que tal situação não existe e acredita que tenha ocorrido algum equívoco quando passaram a informação para o parlamentar”.
Dizia o vereador, em seu discurso, que somando as três funções exercidas, o funcionário teria uma carga horária diária de 20 horas, “algo humanamente impossível”. Segundo Ronny, ele teve o “cuidado de conferir cuidadosamente os três locais de trabalho” super-servidor.
Embora já tenha elementos suficientes para dar nomes, ele prefere, por enquanto, não divulgá-los. Conforme o relato do jornalista autor da matéria, o vereador disse que somente revelará o nome da pessoa após informar o fato ao prefeito Tarcízio Pimenta.
Afirmou Ronny: “O prefeito está viajando e acredito que não tem conhecimento dessa situação. Assim que ele chegar vou lhe passar essa situação e tenho certeza que as medidas cabíveis serão tomadas. Daí todos saberão quem é essa pessoa, assim como o padrinho dele”.
Há um probleminha na nota do governo. Quem a redigiu diz que a administração municipal “acredita que tenha ocorrido algum equívoco quando passaram a informação para o parlamentar (Ronny)”. Acontece que, em sua denúncia, o vereador não atribui informação alguma a quem quer que seja.
Ele, aliás, é bem explícito sobre a checagem que teria feito pessoalmente dos fatos, ao afirmar que teve “o cuidado de conferir cuidadosamente os três locais de trabalho (do servidor)”.
A assessoria do prefeito Tarcízio Pimenta, obviamente, busca, na sutileza da nota, evitar um possível choque com o vereador. Poderia dizer que Ronny estaria equivocado. Preferiu, no entanto, atribuir - se existe algum – o possível equívoco a um informante do vereador, que aparentemente não existe, posto que ele mesmo diz ter feito pessoalmente as investigações do caso.
O prefeito chega nesta terça-feira de Brasília. Ronny deve conversar com ele hoje mesmo, visto que o assunto é gravíssimo. Caso ele se convenca de que sua denúncia é improcedente, não deve haver divulgação alguma de nomes. Ele faz um pronunciamento na Câmara e nega o que havia dito.
Mas se decidir manter firme o que denunciou, não lhe restará outra alternativa, na condição de detentor de um mandato popular, que não seja a apresentação do nome do servidor e do tal padrinho que ele garante que existe.
FONTE:WWW.TRIBUNAFEIRENSE.COM.BR