quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Governador descarta motivação eleitoral em atentado contra presidente do TRE-SE
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), afirmou no fim da tarde desta quarta-feira (18) que a motivação do atentado ao presidente do TRE-SE (Tribunal Regional Eleitoral do Sergipe), Luiz Mendonça, tem relação com a experiência profissional dele como secretário de Segurança Pública.
“Não há nenhuma hipótese do atentado estar vinculado à questão eleitoral ou política. Na verdade, as linhas mais vigorosas de investigação são no sentido de buscar relação do episódio com vingança de criminosos que foram presos no período em que o atual desembargador era secretário da Segurança Pública”, afirmou o governador, ao sair de uma reunião, em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem conversou sobre o incidente.
O desembargador Luiz Mendonça e seu motorista foram vítimas na manhã de hoje de um atentado a caminho do TRE-SE. O carro em que estavam não era blindado e foi atingido por mais de 30 tiros de balas de diversos calibres - inclusive de uma escopeta. Mendonça foi atingido no ombro e por estilhaços de metal e vidro, mas passa bem. Já o motorista Jailton Bstiata dos Santos permanece em estado grave.
Déda revelou que a polícia local e a Secretaria de Segurança Pública do Estado já têm alguns suspeitos e já estão tomando as providências para encontrar os pistoleiros e desvendar a trama que conduziu ao atentado.
“Há um fugitivo da justiça sergipana, chamado Floro Calheiros, que teria ameaçado de morte não só o desembargador como algumas autoridades sergipanas. A polícia está examinando essa hipótese, mas há também outras linhas de investigação", disse.
Segundo o governador, Calheiros é um criminoso de Alagoas que praticava agiotagem no norte de Sergipe. "Foi acusado de roubo de urnas em uma eleição municipal nos anos 1990 e também é acusado de ter ordenado a alguns crimes de mando, na regiãoHá informações de que ele teria ameaçado o desembargador (...) Digamos que seria a hipótese mais óbvia”, completa.
Para Déda, "não há necessidade" de reforçar o esquema policial para garantir a segurança durante as eleições. "Nenhum candidato se disse ameaçado, nenhuma autoridade se disse ameaçada. É claro que o atentado nos põe em alerta. Mas a polícia sergipana tem plenas condições de atuar ao lado da justiça eleitoral para garantir a paz durante o pleito”, justificou.