quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Denúncia de Lulinha sobre cargo de confiança requer apuração do governo
É mais grave do que se possa imaginar, a denúncia feita pelo vereador Lulinha, na sessão de ontem (12) da Câmara, sobre um ocupante de cargo de confiança no governo municipal que estaria agindo a serviço de um candidato – ou candidata - a deputado estadual.
Segundo o vereador, que é também candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa, o servidor, nomeado há pouco tempo pelo prefeito Tarcízio Pimenta, vem apagando o seu nome em muros de residências no distrito Matinha e pintando o nome de um outro postulante. Pior: sem a autorização do dono do imóvel. Também estaria ameaçando correligionários de Lulinha, para que mudem o voto.
Lulinha diz ter provas de sua denúncia e identificou, em pronunciamento na Câmara, o tal cargo de confiança. Trata-sede um homem conhecido como Carlos Henrique. Disse que já conversado com o servidor. “Ele disse que está fazendo e vai fazer muito mais”.
O vereador observou que Carlos Henrique é “acostumado a levar pau” e já recebeu “uns telequetes” em campanha passada, por problemas semelhantes. “Se continuar prejudicando minha campanha, vai ter resposta”, ameaçou.
“Em vez de trabalhar no cargo para o qual foi nomeado, Carlos Henrique faz campanha eleitoral para um candidato”, disse ainda o vereador, agravando ainda mais a denúncia, visto que, segundo ele, o cargo de confiança não está realizando seu trabalho.
O vereador Marialvo Barreto insinuou que o trabalho político esteja sendo feito em favor da esposa do prefeito, a candidata Graça Pimenta. Lulinha disse que não mencionou qual é o candidato, mas a conclusão de Marialvo é óbvia. Se o vereador diz que Carlos Henrique foi nomeado para um cargo municipal, quem mais ele poderia estar apoiando?
A denúncia de Lulinha requer uma posição do prefeito. E dele próprio, o vereador. Afinal, trata-se de um governista que traz à tona um procedimento grave da parte de um servidor municipal – e, mais importante, ocupante de cargo de confiança.
Para Lulinha, fica o dever moral e ético de denunciar os fatos ao Ministério Público Eleitoral. Ele diz possuir testemunhas e provas materiais de um delito, afinal. Se assim não proceder, poderá estar exposto a prevaricação.
A Tarcízio, resta apurar os fatos denunciados por Lulinha e depois disso adotar alguma medida. Ou desqualificá-la, desmentindo as informações do vereador, ou constatar as irregularidades de conduta e, nesse caso, punir o servidor exemplarmente. Se não fizer nem uma coisa, nem outra, estará o prefeito dando um atestado de que permitirá esse tipo de comportamento em sua administração.