quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Ex-presidente do DEM atribui fala de Lula à bebida alcoólica
O presidente emérito do DEM, Jorge Bornhausen, criticou os ataques do presidente Lula ao seu partido e atribuiu as declarações exaltadas do petista ao uso de bebidas alcoólicas. Em evento em Santa Catarina, na noite de ontem, Lula disse que é necessário "extirpar o DEM" da política nacional.
"Aconselho o presidente Lula a não faltar com a verdade, a não inaugurar obras inacabadas e a não ingerir bebida alcoólica antes dos comícios. É uma manifestação chavista, incompatível com a democracia.", disse Bornhausen à Folha.
Em seu discurso, Lula lembrou uma frase dita por Bornhausen em 2005, quando o dirigente do DEM disse, durante o escândalo do mensalão: "Estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos". O presidente disse que o partido "alimentou o ódio" e criticou os Bornhausen. "Eles não podem vir disfarçados carneiros. Já conhecemos as histórias deles".
Em nota, o líder do DEM na Câmara, Paula Bornhausen (SC), filho de Jorge, disse que para falar no nome Bornhausen dentro de Santa Catarina "tem que estar são e lavar a boca antes".
Bornhausen aconselhou Lula a não beber antes de falar em comícios
Outras críticas
Outras lideranças do DEM também se manifestaram repudiando a declaração de Lula. Para o presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), Lula se comportou de maneira "desequilibrada" e "autoritária". "O caminho para extirpar o adversário é na linha da Alemanha nazista. O presidente age de forma autoritária ao invés de deixar o eleitor decidir. Ele teve coragem, numa forma absurda, de sugerir isso em um momento eleitoral."
Já César Maia, pai de Rodrigo e candidato ao Senado pelo Rio, disse que "essa é uma expressão muito comum entre os nazistas contra os judeus, extirpar os judeus. Hitler dizia isso cada vez que ia ao palanque".
O deputado baiano José Carlos Aleluia, candidato ao Senado, disse que este é um "bom momento" para a população brasileira perceber o risco de ter o PT no poder. "Está nascendo um déspota. Ele demonstra o viés antidemocrático do governo para o qual o Brasil está caminhando. Espero que a frase sirva de advertência para o povo brasileiro de que esse é o caminho de um partido cínico."