domingo, 26 de setembro de 2010
LULA ERRA PORQUE NÃO PODE TUDO
Embriagado pelas pesquisas que lhe oferecem seguramente a maior popularidade que um presidente alcançou na história republicana brasileira, embora não houvesse pesquisas na época de Getúlio Vargas, Lula acabou por proceder de forma inconveniente, como é natural no estado de embriaguês. Entendeu de abrir uma guerra desnecessária e, de certo modo, insólita, contra a imprensa brasileira espelhando-se, e mal, no amigo Chávez. Perdeu. Ele pode ser popular, mas não é maior do que os alicerces do estado democrático de direito. O presidente agora oscila, procura forma de voltar atrás e a sua cria, Dilma, já tece loas à imprensa considerando que a má imprensa é melhor do que a ausência da imprensa. O presidente imaginou que pudesse, ou tivesse, imunidade popular para dizer o que bem entender, asneira ou não. Errou. O “Estadão” rompeu e anunciou, em editorial, fato normal em outras épocas, diria até metade do século passado, condenação à postura de Luis Inácio e, ainda, apoio a José Serra. Outros veículos embora não o tenham procedido de igual maneira, voltaram-se contra a empáfia. O presidente, com muitos méritos, mas, também, defeitos que ele próprio acentua, entre os quais permitir que seu governo elevasse a níveis “nunca antes visto neste país” o estado da corrupção democratizada entre os apaniguados ou entre seus próximos. Nega, nega e nega para, depois, diante das evidências em forma de provas, tenta, em vão, remediar. Luis Inácio da Silva está chegando ao fim do seu reinado de déspota popular. Com resultados positivíssimos, mas com derrapagens e equívocos que lhe deixarão marcas quando já não estivar mais no comando da máquina da administração da República.
(Samuel Celestino)