sábado, 9 de outubro de 2010
Dilma diz que aborto não é "caso de polícia" e sim "de saúde pública"
Em discurso para sindicalistas e militantes de partidos de sua coligação, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou na noite desta sexta-feira (8) que é pessoalmente contra o aborto, mas que o assunto é de "saúde pública".
A declaração da presidenciável surge em meio a uma polêmica sobre a legalização do aborto, amplificada pela campanha de seu adversário, José Serra (PSDB). “Não fecharei os meus olhos para as milhares de mulheres pobres que cometem atos extremos. Eu não tratarei como questão de polícia. É uma questão de saúde pública”, afirmou a líder nas pesquisas de intenção de voto.
Em seguida, a ex-ministra-chefe da Casa Civil afirmou que continuar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "um projeto de resgate da família brasileira”. A candidata diferenciou sua opinião pessoal –contrária ao aborto- de uma eventual postura sua como presidente.
A presidenciável esteve acompanhada do seu vice, Michel Temer (PMDB), do candidato derrotado do PT ao governo paulista, Aloizio Mercadante, e vários membros de siglas aliadas, além do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que passou a integrar a coordenação de sua campanha.
Em um dos discursos que antecedeu Dilma, Ciro atacou a oposição. “Uma das campanhas mais sujas, mais imundas, mais desonestas que eu já testemunhei na vida pública brasileira”, afirmou ele.
O deputado qualificou a campanha de Serra de “ameaça terrível” que “se disfarça de manipulação do sentimento religioso”. “Se há uma contradição aqui, nenhuma delas é maior que a imundice da tradição que cimenta o PSDB e DEM”.
Ex-tucano, Ciro rompeu com o PSDB durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e tem Serra como um de seus principais adversários políticos.