domingo, 17 de outubro de 2010
Marina oficializa neutralidade para segundo turno
Terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva (PV) oficializou na tarde deste domingo a opção pela neutralidade no segundo turno, como a Folha antecipou neste domingo.
Dos 92 votantes, apenas quatro declararam apoio a Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB). Mesmo Fernando Gabeira, o candidato derrotado ao governo do Rio que contou com o apoio do tucano no primeiro turno, preferiu a independência do partido.
Individualmente, os filiados estão liberados para aderir às campanhas da petista ou do tucano. É o que Gabeira faz ao endossar a candidatura de Serra.
"O fato de não ter optado por um alinhamento neste momento não significa neutralidade quanto aos rumos desta campanha", disse Marina, na convenção do PV em São Paulo, em um espaço cultural na Vila Madalena.
Ela leu carta aberta com críticas ao que chamou de "dualidade destrutiva" entre PT e PSDB. Segundo Marina, os dois partidos pregam a "mútua aniquilação" na disputa entre Dilma e Serra.
"A agressividade do seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma política de paz", atacou a senadora. A verde prometeu ainda defender sua fé --ela é evangélica--, sem contudo usá-la "como arma eleitoral" --uma crítica à dominação da pauta religiosa nesta nova fase da disputa.
O secretário de Comunicação do PV, Fabiano Carnevale, afirmou à Folha antes da convenção que a cúpula do partido se comprometeu a não aprovar decisão diferente da de Marina. "Está combinado que a posição oficial do PV será a mesma de Marina. Vamos marchar juntos."