Em reunião da Executiva Nacional, o Democratas (DEM) colocou nesta quarta-feira, 17, um ponto final nas especulações de que buscaria uma fusão com o PMDB, como havia sugerido publicamente o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. De quebra, deixou claro que não deseja fundir-se com legenda alguma. “Por unanimidade, aprovamos uma nota descartando fusões e defendendo o fortalecimento do partido na oposição”, avisa o senador baiano Antonio Carlos Magalhães Júnior, membro da Executiva Nacional do DEM.
Nos últimos dias, a imprensa nacional especulou em torno de possíveis fusões entre os partidos de oposição ao governo federal, o que levaria ao surgimento de uma nova legenda, única, em lugar das atuais. “Para nós, não há vantagem em fazer fusão”, observa o líder do PSDB na Câmara, deputado federal João Almeida (BA). “Afinal, já participamos de uma atuação conjunta de oposição, não só no Parlamento mas também no País inteiro”, completa. “O que queremos agora é fortalecer essas alianças nos estados e municípios”, diz.
Já o PPS não descarta a possibilidade de fusão com outro partido de oposição – provavelmente o PSDB. Mas, segundo o deputado federal Raul Jungmann (RJ), membro do Diretório Nacional do PPS, a discussão nesse momento deve ser em torno dos caminhos a serem seguidos pela oposição: a fusão poderia ser o fim de um processo de conversas, e não o início, frisa ele. “Há um namoro”, admite Jungmann. “A discussão está posta. Mas os partidos da linha social-democrata terão que sentar para conversar”.
Para o analista político César Alexandre, da CAC Consultoria, a fusão seria um tiro no pé do Democratas. “O PSDB tem força política, oito governadores, uma liderança como Aécio Neves (MG)”, diz Alexandre. “O DEM não tem nada, e no frigir dos ovos não seria uma fusão, seria uma incorporação”. “Para o DEM, o melhor é tentar se manter, crescer nas eleições municipais, apostar em lideranças novas como Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), recuperar a força que já teve”.
