sábado, 11 de dezembro de 2010
LULA: HUMOR E CUTUCATAS NA IMPRENSA
Com a plateia completamente favorável, o presidente Lula explorou ao máximo seu carisma e sua veia humorística no evento que marcou a formatura da 3ª Turma do Topa, na área verde do Centro Administrativo da Bahia. Apesar do pedido do governador Jaques Wagner, é muito provável que esta seja a sua última aparição em terras baianas. Lula iniciou com uma brincadeira ao saudar Waldir Pires, sobre sua idade. Com a presença da centenária Dona Canô no evento, uma admiradora do presidente, Lula comentou sobre uma proximidade de idade entre o ex-governador e a matriarca da família Veloso, de 103 anos. “Eu não havia nascido e já tinha ouvido falar de Waldir Pires”, comentou sob risos dos políticos presentes. Em seguida, o presidente leu uma nota onde destacou o exemplo de dois personagens humildes, recém alfabetizados pelo programa social. Ele fez o paralelo com o seu pai, que morreu analfabeto. Lula contou que seu patriarca costumava comprar jornais em Santos, onde morava, embora não soubesse ler. Ao comentar sobre os periódicos, ele aproveitou para cutucar a mídia local como havia feito antes em Ilhéus. “(Aqui), se depender do jornal que se lê, não vai ouvir falar bem de Wagner. Aliás, se ele ler o jornal não vai ouvir falar bem de mim não. É só crítica. Tá tudo errado”, alfinetou.
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Com o tom informal que marca a viagem de despedida do presidente Lula à Bahia, o governador Jaques Wagner discursou na cerimônia de formatura da 3ª Turma do Topa, no Centro Administrativo da Bahia, e enalteceu as conquistas atingidas na área da educação no país. No discurso que antecedeu o do presidente, o chefe do Executivo baiano afirmou que não daria um ‘adeus’, mas um breve ‘tchau’ ao presidente. Ele também brincou sobre uma futura visita pós-mandato. “Você sai da presidência, mas o café aqui estará sempre quente e a cerveja super gelada pra você tomar”, afirmou. O Governador destacou que embora não mais em Brasília, Lula seguirá como o líder maior do projeto político atual. “Você está se afastando da presidência, mas não vai se afastar nunca da missão que Deus lhe deu de ser o comandante do projeto político do Brasil que resgatou a dignidade desse povo. Hoje o povo canta o Hino Nacional com mais orgulho, pois se sente representado”, concluiu.
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Em tempos de arrocho nas contas públicas, o Ministério Público entrou com uma denúncia contra o prefeito de Eunápolis, José Robério Batista de Oliveira (PRTB), por ter gastado cerca de R$ 1 milhão na contratação de bandas e artistas para tocar nas festas de São João e São Pedro de 2008, na cidade do Sul do estado. A acusação foi encaminhada na tarde desta sexta-feira (10), e será julgada pelo Tribunal de Justiça da Bahia. No processo, o promotor Carlos Artur Pires relata que José Robério contratou uma empresa, a PR Promoções, para gerenciar a escolha das bandas sem procedimento licitatório. Ele teria utilizado indevidamente recursos públicos em benefício alheio. No entendimento da promotoria, o contrato é fraudulento e não há nenhuma justificativa nem detalhamento sobre como a quantia de R$ 998.000 foi gasta pela empresa. Informações são do Correio24horas.
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Comemorado pelos presentes como se artista fosse, o presidente Lula chegou a comparar sua ascenção frente ao público com o desempenho do clube tricolor que subiu à série A. "Tô quase igual o time do Bahia", disse. Diante de caravanas de moradores de diversos municípios da região sul, o presidente fez um balanço de seu governo no tocante ao crescimento da economia e das políticas de distribuição de renda. "Quem sustentou o crescimento da economia (na crise) foi a classe C e D. Dê a um pobre 10 reais que ele vira um consumidor. Dê a outro cidadão 1 milhão e ele vira um especulador. Na mão do pobre se transforma em um produto de crescimento econômico. A pessoa não vai comprar dólar, mas comprar um feijão, uma farinha, e aquilo retorna diretamente para o comércio", comparou. Mesmo saindo do governo com a maior taxa de juros do mundo, e lucros recordes do sistema bancário, Lula defendeu a tese de que seu governo voltou suas atenções para a parcela pobre da sociedade. "Dizem que Lula só pensa em pobre. Os ricos não precisam do Estado. Quem precisa do Estado é a parcela mais pobre do país", disse. Com o tom de humor que lhe é peculiar, o presidente falou ainda sobre a importância do programa Luz para Todos, "para que as pessoas comprassem suas TVs para ver o presidente", disse, para em seguida alfinetar a imprensa local. "Mas Wagner não teve sorte, porque a televisãosinha daqui não publica tanto a cara dele", afirmou. Lula falou também da importância de ter uma geladeira, porque "todo mundo é filho de Deus, e o que todo mundo quer é tomar uma cervejinha gelada".