terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Gasto com educação compromete até 30% do orçamento doméstico
Nem só de comemorações e presentes vive o chefe de família brasileiro no período de Natal e Ano-novo. O controle do orçamento doméstico – numa época em que as contas surgem reajustadas – é uma preocupação que convive com a alegria típica do final de ano. Para alguns, já é hora de ir às compras ou colocar no papel as despesas com mensalidades escolares, livros e uniformes, que podem comprometer até 30% dos gastos mensais de uma família.
“Prefiro comprar logo, aproveitando melhor preço e a falta de filas”, afirma Daniele Magalhães, mãe de um garoto que cursa a 2º série, que foi às compras antes do Natal. A preocupação faz sentido. “Até o último dia 31, praticamos a tabela de 2010 tanto para livros quanto para artigos de papelaria”, assinalou Simone Gonzalez, que trabalha numa livraria da Avenida Joana Angélica.
Sob a rubrica “educação” estão, além de mensalidade e material escolar, o curso de idiomas, reforço, esporte, diz o professor e consultor de finanças pessoais Ângelo Guerreiro Costa, sugerindo que a preocupação com esses itens seja colocada no topo das prioridades, juntamente com alimentação, saúde e habitação. Guerreiro sugere controle absoluto do ímpeto de gastar com outras demandas.
“O primeiro passo é ter foco”, ensina, ressaltando que essa é mais uma questão psicológica que financeira. “É fácil fazer uma planilha. O problema é a disciplina ao seguir a orientação que a planilha dá”, lembra.
Firmeza - “É preciso resistir à vaidade de comprar”, assinala. Mas, se a vontade está firme e o orçamento doméstico exige, o segundo passo é definir metas e cortar os excessos, lembrando que, além da educação, há outros gastos obrigatórios no início do ano, como o pagamento de impostos. Para não cair em tentação, é bom previnir-se. “Só saia de casa com a lista de compras e com o valor a ser gasto”, diz.
Como as despesas do início do ano podem ser responsáveis por um descontrole orçamentário de um ano inteiro, ou até mais tempo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) dá algumas dicas para pais de alunos que, basicamente, recomendam como se comportar diante das escolas, na caça aos produtos das listas escolares e diante do próprios filhos.
A primeira lição é antecipar as compras. Segundo o Idec, isso evitará o estresse das longas filas e preços mais altos nas papelarias. O segundo passo é estar atento às exigências feitas pelas escolas, muitas vezes abusivas.
Antes de ir às compras, é bom verificar os itens que o estudante usou no ano passado. Alguns podem ser reutilizados, como estojo, tesoura e dicionário, sugere o Idec.
Isso, naturalmente, também exige dos pais uma boa dose de força de vontade, já que os fabricantes também sabem como provocar nos jovens a vontade de possuir artigos caros e sofisticados, de marcas conhecidas e famosas. Ser firme diante dessa falsa “necessidade” dos filhos é fundamental para não se perder nas contas.
Paciência - As sugestões do Idec aos pais também exigem paciência e preparo físico. “Bater pernas” e pesquisar bastante, comparando marcas e estabelecimentos são recomendações que visam fazê-los economizar um pouco mais.
Veja como organizar o orçamento
1 - Convencer-se da necessidade de cumprir metas
2- Listar tudo o que precisa comprar e quanto tem para gastar
3 - Não ceder às tentações e vaidades diante de produtos falsamente indispensáveis
4 - Colocar a educação na lista de prioridades, assim como habitação, saúde e alimentação
5 - Definidos esses quatro pilares essenciais, procurar negociar as outras dívidas
6 - Evitar o uso do limite do cheque especial, devido às altas taxas de juros
Fonte: Ângelo Guerreiro Costa Professor e consultor.