O Blog do Velame noticiou, este fim de semana, que o deputado Carlos Geilson fez duras críticas ao prefeito Tarcízio Pimenta, em seu programa jornalístico na Rádio Subaé AM, no último sábado. Conforme relato do jornalista Rafael Velame, Geilson comentava sobre “as arrumações para eleição de prefeito do ano que vem”, quando afirmou: “O prefeito não age como candidato, não é cumpridor da palavra e se encarrega com suas atitudes de fazer a campanha de Zé Ronaldo”.
O ataque é considerado surpreendente pelo jornalista, “já que, o radialista-deputado até onde se sabe é aliado do prefeito”. “O prefeito deve rever seus conceitos, sua forma de governar, senão vai se isolar”, teria dito ainda o deputado.
Geilson parece ter incorporado o espírito do seu colega deputado Targino Machado, que nas entrevistas que concede em Feira de Santana sempre ataca o prefeito. A semelhança no conteúdo do discurso deles está no fato de que não especificam quais problemas justificam suas críticas. São ataques sem conteúdo e que, como tal, devem irritar o prefeito, mas não o atingem.
O deputado feirense diz que o prefeito “não é cumpridor da palavra”, de acordo com a nota do blogueiro Rafael Velame, que deve ter gravado o depoimento do radialista. É uma acusação grave, quando se apresenta a palavra que não foi cumprida. Qual palavra não foi cumprida? Na medida em que não se traz a prova, a frase soa como mero xingamento, ofensa à honra, o que um político de credibilidade deve evitar.
Ao afirmar, em tom de crítica, que Tarcízio “não age como candidato”, Geilson quer atacar o prefeito, mas acaba, involuntariamente, lhe fazendo um elogio. Afinal, o chefe do Executivo não tem mesmo que agir como candidato. Oficialmente, aliás, ele está muito longe de tornar-se candidato. As convenções estão bem distantes. No presente momento, Tarcízio tem que agir é como prefeito. Ninguém deve lhe cobrar postura de candidato, muito menos um deputado.
O parlamentar do PTN deve estar insatisfeito com o prefeito por alguma razão política, já que, administrativamente, ao menos nesse comentário recente, ele não pontuou qualquer coisa que mereça registro. É, possivelmente, algo relacionado a cargos no primeiro escalão.
Em entrevista ao Tribuna Feirense, semanas atrás, ele havia dito que até aqui apenas o deputado Fernando Torres estaria contemplado pelo prefeito, com duas secretarias. Insinuou ainda que Fernando já estaria comprometido com a reeleição do prefeito. Ele, Geilson, estaria em situação indefinida e aguardava uma conversa com Tarcízio (certamente, ligada a sua participação em áreas mais decisivas da administração). Pelo visto, a tal conversa não aconteceu.
Insatisfações políticas são naturais entre aliados. Mas devem ser tratadas de maneira sutil, se possível internamente. Uma declaração pública deve ser a última arma a ser empregada, apenas quando se deseja deflagrar uma guerra ou anunciar postura oposicionista.
Geilson tentou atingir um alvo, mas seus mísseis passaram longe dele. E ainda podem causar um efeito contrário, dependendo da repercussão. Ao invés de aproximá-lo de seus objetivos, é possível distanciá-lo ainda mais. É preciso cautela.
“Se foi o radialista ou o deputado estadual que deu o esculacho público no prefeito Tarcízio Pimenta é difícil saber...", diz o blogueiro, em sua nota. Dá no mesmo, caro Velame, dá no mesmo.
FONTE:www.tribunafeirense.com.br - valdomiro silva-foto
