O vice-governador Otto Alencar, que vai comandar o futuro PSD na Bahia, não confirmou se vai partir dele próprio convite a Tarcízio Pimenta para ingressar na legenda. “Isso você pergunta a Fernando Torres”, disse Otto ao repórter Jorge Bianchi, do programa “De olho na cidade”, que perguntou se ele pretende convidar o prefeito de Feira de Santana para a futura legenda.
A resposta de Alencar, curta e grossa, pode até ser interpretada como uma indelicadeza do vice-governador a Tarcízio Pimenta. Afinal, nada lhe custaria dizer que o prefeito, como importante quadro político no Estado, seria bem vindo ao partido e que o deputado Fernando Torres estaria cuidando de conduzi-lo para o novo partido.
Ao afirmar “você pergunta a Fernando Torres”, Otto passa a impressão de que um convite a Tarcízio dependerá da vontade do deputado federal ou que ele, o vice-governador, não estaria dando muita importância à possível filiação do prefeito.
O deputado Fernando Torres disse que Tarcízio tem “todos os requisitos”. Seu ingresso no partido, porém, “depende de atitude pessoal dele”. Segundo o deputado, convite já teria sido feito por ele mesmo, pelo vice-governador (o que não foi confirmado por Otto Alencar) e pelo prefeito Gilberto Kassab, mentor do PSD. Para Fernando, Tarcízio “tem que ouvir outras lideranças e pensar bem, já que é candidato à reeleição”.
Faz sentido essa última assertiva do deputado. Candidato à reeleição, Tarcízio tem que pensar bastante, de fato. O PSD será controlado pelo grupo do governador Jaques Wagner. O que significa que a legenda deverá apoiar seu candidato a prefeito em Feira, em 2012. E o candidato de Wagner é Zé Neto.
Para fazer sentido a filiação de Tarcízio na futura legenda, somente um acordo de cavalheiros – no qual o prefeito precisaria acreditar – estabelecendo dupla-candidatura governista em Feira de Santana, como aliás ocorreu em 2008, quando Wagner e Lula dividiram sua atenção com o petista Sérgio Carneiro e o peemedebista Colbert Filho.
