sábado, 16 de abril de 2011
MP vai investigar distribuição de carne
O Ministério Público Estadual, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepan), vai instaurar na próxima semana processo de investigação sobre a compra de 600 quilos de carne por dia e patrocínio da infraestrutura para o acampamento de três mil integrantes do MST na Secretaria da Agricultura e Reforma Agrária da Bahia (Seagri) com dinheiro público.
Embora sem conhecer com detalhes as circunstâncias que levaram a secretaria a pagar despesas do MST, a promotora Eliete Rodrigues, integrante do Gepan, declarou que o caso chama a atenção.
“Sabemos que a reforma agrária é de interesse público, mas as despesas de mobilização de uma organização privada como o MST, não”, disse, explicando que, por essa razão, é o caso de se questionar o fato de o Estado estar fornecendo alimentação para integrantes de uma organização que deveria ser bancada por ela própria. “A obrigação do Estado é adotar providências para viabilizar a reforma agrária, seja desapropriando terras, seja dando assistência técnica para as famílias instaladas nos assentamentos”, observou, não pagar as despesas de entidade com caráter político-social.
Nesta sexta-feira, 15, integrantes do MST participaram de uma sessão especial na Assembleia Legislativa. Militantes portando facões, mulheres, idosos e crianças, que montaram acampamento na Seagri), ocuparam pacificamente o plenário da Casa.
O coordenador do MST-BA, Márcio Matos, disse que o grupo foi convidado pelo deputado Marcelino Gallo (PT) a participar da sessão que lembrou o massacre de Eldorado dos Carajás, onde há 15 anos 19 agricultores foram mortos por policiais no Pará.