Entre abril e maio, a inadimplência do consumidor apresentou uma elevação de 8,2% – terceira elevação mensal seguida e a maior desde março de 2010 –, de acordo com a Serasa Experian. O preocupante cenário pode ser explicado por dois outros indicadores recentes.
No último mês, a procura por crédito para o consumo apresentou um aumento de 11,2%, de acordo com a mesma Serasa. Some-se a isso o aumento da taxa de juros em cinco das seis principais linhas de crédito para pessoa física, o que elevou a média praticada no mercado de 6,81% ao mês para 6,87%, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Tempos difíceis para quem busca crédito, não há dúvidas, que podem se tornar ainda mais complicados sem o devido cuidado na escolha da melhor linha de crédito. As taxas médias cobradas entre diversas operações varia de 2,42% no crédito direto ao consumidor (CDC) até 10,69% no rotativo dos cartões de crédito, segundo a pesquisa de juros da Anefac.
Tomando-se como exemplo essas taxas, um empréstimo de R$ 2 mil, parcelado em 24 meses poderia custar no fim do período R$ 2.660,16 no CDC, ou R$ 5.622,48 no cartão. A calculadora mostra que quem escolhe a segunda opção vai pagar R$ 2.962,32 a mais, o que representa duas vezes e meia o valor tomado de empréstimo.
“Só compro à vista agora”, avisa o segurança Marcos Souza, 33 anos, após uma malsucedida operação de compra com o cartão de crédito. Segundo ele, o computador de R$ 900 à vista foi parcelado no rotativo do cartão e acabou saindo pelo dobro do preço. Aprendeu a lição, e agora a nova geladeira cobrada pela esposa será comprada à vista. “Vai ser cara porque ela quer a mais moderna, que não sai escorrendo gelo pela casa, mas vou comprar à vista, com um dinheiro que guardei e o adiantamento de parte do 13º”, explica.