segunda-feira, 20 de junho de 2011
“A vitória foi importante para dar confiança ao nosso trabalho.
Hoje, qualquer associação de Alison ao Bahia é vista apenas como uma pequena lembrança de um passado já considerado distante. Contratado no início do ano sob certa desconfiança da torcida rubro-negra, pelos seus três anos e meio defendendo o rival tricolor, o zagueiro já se tornou uma das referências do Vitória. No último sábado, ele deu mais uma prova de como seu futebol anda em alta no novo clube. Foi dele o gol que abriu o placar para o suado triunfo por 2 a 0 diante do Sport.
Para ele, a vitória no Barradão sobre o time pernambucano serviu como um indício da evolução rubro-negra nesta Série B. “A vitória foi importante para dar confiança ao nosso trabalho. A equipe mudou sete jogadores desde a final do Baiano e ainda estamos nos adaptando. Alguns deles nunca haviam disputado a Série B e estão se acostumando ao estilo da competição. Mas, os jogadores são bons e experientes. Estamos evoluindo”, garantiu Alison.
No sábado, ao terminar como herói um jogo no qual começou como vilão, o zagueiro teve um dos momentos mais marcantes em sua trajetória rubro-negra. Aos 34 minutos do primeiro tempo, cometeu pênalti no atacante Paulista, que, por sorte, acabou desperdiçado por Marcelinho Paraíba. Aos 18 do segundo, Alison aproveitou cruzamento de Fernandinho e coroou sua quase impecável atuação com uma cabeçada certeira. O seu segundo gol na temporada.
Grande capitão - O gol no sábado ratificou a crescente identificação da torcida com Alison. Sua estreia ocorreu no dia 23 de janeiro, no triunfo por 3 a 1 sobre o Juazeiro, fora de casa. O primeiro jogo no Barradão, três dias depois, veio acompanhado de seu primeiro gol com a camisa rubro-negra, nos 2 a 0 sobre o Vitória da Conquista.
Desde então, o zagueiro conquistou, gradativamente, a confiança da torcida. No total, já disputou 23 partidas pelo Leão. Ao seu lado, na zaga, já teve quatro parceiros: Gabriel Paulista, Léo Fortunato, Reniê e Maurício. Sua titularidade, no entanto, segue indiscutível. Há quase dois meses, ganhou o posto de capitão da equipe. “Fiquei muito feliz em poder dar a volta por cima. Aquele derrota contra o Bahia de Feira havia sido muito dolorosa. Até hoje agonia meu coração”, comentou Alison. A referência do capitão, claro, era ao seu momento mais triste pelo Vitória: a perda do Campeonato Baiano, em casa, contra o time feirense.
“Não imaginava que minha relação com o clube fosse ser tão boa. Todos aqui me acolheram muito bem. Meus tempos de Bahia serviram para que eu e o Vitória adquiríssemos um respeito mútuo”, afirmou um Alison que, hoje, é cada vez mais ídolo e, principalmente, cada vez mais rubro-negro.
Reapresentação - O Vitória se reapresenta nesta segunda-feira, 20, de manhã na Toca do Leão visando à partida de sábado, contra a Ponte Preta, em Campinas, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.
Após o triunfo que empurrou o rubro-negro da 12ª para a quinta colocação, a única má noticia é o fato de o time ter um desfalque. Trata-se do zagueiro Maurício, que recebeu o terceiro cartão amarelo diante do Sport.
Léo Fortunato, que vinha sendo titular até a antepenúltima rodada, é o favorito para ficar com a vaga. Outro que deve lutar pela posição é Reniê, que já jogou duas partidas no campeonato. Gabriel Paulista corre por fora na disputa para atuar ao lado do capitão Alison.
Já Neto Baiano, que, de última hora, acabou não jogando contra o time pernambucano, não será problema. O artilheiro rubro-negro nesta Série B, com três gols, não havia jogado por estar acometido de uma virose. A tendência é de que, no máximo, amanhã, ele volte aos treinos. Consequentemente, Edson, que teve atuação discreta no sábado, retorna para o banco de reservas.
Tricolores rezam pela liberação de Jobson
Foram necessários menos de 90 minutos para a torcida tricolor ficar empolgada com a nova dupla de ataque: Jobson e Junior. O desembarque em Salvador após a primeira vitória na Série A, 1 a 0 sobre o Fluminense, no sábado, referenda a afirmação. Dos dez jogadores que chegaram (o restante do elenco ficou no Rio de Janeiro e se reapresenta nesta segunda-feira, 20, à tarde), o agora ‘Anjo Tricolor’ foi o mais assediado, disparadamente.
Em meio a pedidos de fotos, autógrafos e muita gritaria, o atacante fez questão de alertar aos desavisados. “Pô, ainda me chamam de diabo? Não existe mais isso. Agora, sou o Anjo Tricolor”, dizia Junior, sorridente, indagando depois. “Que torcida é essa? Domingo, mais de 50 pessoas aqui. Sensacional.”
Porém, o semblante de felicidade ganhou contornos de preocupação ao ser questionado pelo torcedor Paulo José. Assim como boa parte dos tricolores presentes ao saguão do aeroporto, o administrador queria saber: “cadê Jobson?“
Com julgamento marcado para amanhã, na Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, o paraense nem veio com a delegação. Ficou no Rio de Janeiro, de onde viajou ontem mesmo para o país europeu, acompanhado pelos advogados Carlos Portinho, Marcos Mota e Anibal Segundo (do Botafogo).
Oração - Jobson será julgado na Suíça por causa do doping em 2008 que acusou uso de cocaína. A CAS vai avaliar a redução de pena conferida pelo STJD, de dois anos para seis meses – já cumprida. “É o momento de orar e pedir ao bom Deus que interceda por ele. Antes de retornarmos, nós conversamos. Eu falei: ‘Moleque, vai na fé que tudo dará certo’. Ele estava bastante emocionado e rezava [Jobson é evangélico]”, contou Junior, agora o dono da camisa 99 do Esquadrão.
A decisão da CAS sai em até 60 dias. Dessa forma, mesmo que seja punido, o artilheiro tricolor na Série A, com três gols, teoricamente pode atuar pelo time até a 18ª rodada. Boa notícia para Junior, que, confiante, já pensa na alcunha da dupla.
“Bonde? Não gosto. Corrente da fé? Pode ser, sei lá. Aceito sugestões”, brincou o atacante, que, assim como Jobson, tenta no Bahia se refazer na carreira. Para tanto, apega-se à fé. “Passei por um momento chato no Ceará. Fiquei na reserva, ninguém gosta. Orei por dias melhores. Graças a Deus, chegaram. Ele [Jobson] teve esse caso do doping. Dispensa do Atlético-MG, enfim. Agora, também está dando a volta por cima.”
Para Junior, a forma como foi a estreia com o manto azul, vermelho e branco acabou sendo um sinal divino. O atacante entrou no lugar de Souza, que saiu machucado logo aos 30 segundos de jogo e, hoje, passará por exame de imagem. “Eu não tinha nem sentado no banco de reservas. Pretendo agarrar a oportunidade”, destacou.
Título da base - Neste domingo, 19,o time sub-15 do Bahia se sagrou campeão da Copa Nike, em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Na decisão, o tricolor venceu o Santos por 1 a 0, com um gol de Gabriel Ramos.