segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
A torcida rubro-negra não esquece o ano de 1999 quando Cerezo obteve a maior sequência de triunfos de um treinador no comando do Vitória.
Antonio Carlos Cerezo, o técnico Toninho Cerezo, volta à Toca do Leão com a desconfiança de alguns, por passagens ruins em clubes como o Sport de Recife, este ano, e a esperança de muitos, com um percentual de aprovação de até 34%, em função do trabalho que realizou no exterior, particularmente Japão e Arábia Saudita, onde conquistou vários títulos. A reapresentação dos jogadores para início de temporada está marcada para o dia 26 de dezembro, mas Cerezo começa a trabalhar muito antes.
A previsão é de que já no dia 12, segunda-feira, se apresente na Toca do Leão, para ao lado do Gestor Newton Drummond, agilizar a reformulação do Departamento de Futebol, principalmente com a renovação de contrato dos jogadores que ficam, interessam para 2012, e a dispensa dos que não interessam. Além disso, o clube vai investir em reforços, e quanto mais cedo eles forem contratados, melhor para a Comissão Técnica que terá o grupo fechado antes da estreia no Campeonato Baiano.
O vice-presidente financeiro, Carlos Falcão, acertou os detalhes do contrato de Cerezo no sábado, pela manhã, ressaltando que essa contratação é um importante passo para o sucesso do planejamento de 2012. “Estamos convencidos que Toninho Cerezo, além de ser o nome preferido da maioria da torcida, tem identidade com o clube, gosta e sabe trabalhar com a divisão de base e está preparado para nos ajudar a conquistar os objetivos que desejamos para temporada de 2012”, conclui o dirigente.
A torcida rubro-negra não esquece o ano de 1999 quando Cerezo obteve a maior sequência de triunfos de um treinador no comando do Vitória. Na ocasião, ele levou o clube baiano à semifinal do Campeonato Brasileiro, depois de eliminar o Vasco da Gama numa série de três jogos emocionantes, sendo a segunda melhor campanha do clube no Brasileiro da Série A – a melhor foi em 1993 quando disputou a final com o Palmeiras, sob o comando do então técnico Fito Neves.
Cerezo, além do Vitória, treinou o Atlético Mineiro, Guarani e teve uma rápida passagem pelo Sport Recife, seu último clube no Brasil. Fora do país, ele trabalhou no Kashima Antlers, do Japão, por seis anos, conquistando o bicampeonato e duas Copas da Liga e uma Copa do Imperador. Treinou o Al-Hilal, da Arábia Saudita, o Al Ain e o Al-Shabab, sendo campeonato em 2007/08, ambos dos Emirados Árabes .
Técnico vai valorizar as divisões de base
Fábio Costa; Rodrigo, Pedro Paulo (Eloy), Moisés e Leandro; Baiano, Tácio (Otacílio), Fernando e Artur; Cláudio e Tuta. Os líderes da boa campanha de 1999 do Vitória eram garotos, haviam conquistado a maioridade recentemente. Fábio Costa, Baiano e Fernando tinham 21 anos. Cláudio, atacante que formou dupla envolvente ao lado do “veterano” Tuta, nem isso. Tinha apenas 20 anos, mesma idade do lateral-esquerdo Leandro. No banco, promessas como Preto Casagrande e Allan Dellon davam o suporte que o time precisava para sufocar os rivais no Barradão.
A equipe era bem balanceada, equilibrada em seus setores, reverenciada a imprensa do Sul do País, como o Diário Lance. O lado direito tinha força, com Rodrigo e Baiano se revezando entre apoio e marcação. Pela esquerda, Leandro e Fernando davam o toque diferenciado, apurado à equipe, que tinha sempre um volante mais fixo na proteção dos zagueiros. O faro de gol já apurado de Tuta e a intensidade de Cláudio à frente, mais a segurança de Fábio Costa, mais equilibrado naquela época, embora já com personalidade marcante, completavam a sólida base construída com maestria por Cerezo.
O Vitória de Toninho Cerezo atuava no 4-2-2-2 e, apesar da tradicional ousadia dos jovens, que normalmente indica uma desobediência tática, caracterizou-se por ser um time bem montado e equilibrado entre todos os setores. Moisés, de 20 anos, e Pedro Paulo, de 21, formavam a dupla de zaga responsável por proteger a meta defendida por Fábio Costa. Zagueiros fortes e bons no jogo aéreo, que pecaram em alguns momentos contra atacantes mais velhos e experientes. Nada anormal para quem enfrentava jogadores tarimbados, como os atacantes Edmundo, Luizão e Guilherme.
“Não se pode abrir mão das divisões de base, embora se precisa também de um toque experiente. Vamos trabalhar com carinho, atenção especial, porque é bom olhar pra trás, não só pelo meu começo, mas função de um clube que tem boa estrutura, campos excelentes, torcida presente. Isso a gente não esquece, fica na mente e no coração”, disse Cerezo, que está em Belo Horizonte.
FONTE:TRIBUNA DA BAHIA