O ano de 2012 mal começou e alguns bancos já oferecem aos correntistas a possibilidade de antecipar o recebimento do 13º salário. Entretanto, vale o aviso: antecipar o dinheiro extra previsto para o final do ano pode custar até 25% do valor do benefício previsto. Além disso, o uso do serviço pode representar a necessidade de enfrentar as despesas típicas do final do ano – como a compra de presentes, a realização de melhorias em casa e a atualização do guarda-roupas – sem o providencial auxílio do 13º, que já terá sido gasto por muitos.
Quanto mais cedo for procurado o crédito, maiores serão os juros cobrados. Na Caixa Econômica Federal (CEF), por exemplo, é possível tomar o empréstimo desde agora, mas neste caso, os juros correspondem a 25% do 13º. A quatro meses do final do ano, a taxa cairá para 10%. O Santander oferece a antecipação de até 100% do valor, entretanto cobra taxas a partir de 3,49% por mês. No site, o Banco do Brasil informa que cobra taxas entre 3,21% e 4,55% ao mês. Em todos os casos, é preciso ter atenção para o Imposto sobre Operações Financeiras, que pode chegar aos 3% ao ano.
“A ideia não me agrada, não gosto. Salvo se a pessoa estiver em grandes dificuldades financeiras e a antecipação resolver o problema”, analisa o professor e consultor de finanças, Angelo Guerreiro Costa.
Para ele, o que a maioria das pessoas que antecipam o recebimento acabam fazendo é cobrir o buraco do ano anterior, descobrindo as contas do ano seguinte. “É uma operação que só interessa aos bancos, porque a pessoa vai deixar lá até 30% do que teria para receber, em uma operação com um risco baixíssimo para a instituição financeira”, explica.
O especialista em finanças lembra que existem dificuldades financeiras que são administráveis e podem ser negociadas. Neste caso, considera a utilização dos recursos uma opção válida. “Se ele vai conseguir se livrar de um problema financeiro que poderia crescer bastante, pode até ser interessante”, diz.
Como exemplos aparecem os cartões de crédito ou o cheque especial, que fecharam o último mês com taxas médias de 10,68% e 8,36% ao mês, respectivamente, segundo dados da Associação Brasileira dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Para o planejador financeiro, Erasmo Vieira, o ideal é que o trabalhador se planeje para não ficar “refém” das antecipações. “Se não se preocupar em ajustar o orçamento ao salário, vai antecipar o 13º agora, o imposto de renda depois e continuará em dificuldades”, acredita.
fonte:atarde
