sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Com greve da PM, Salvador vive madrugada de mortes e saques
Com a greve da Polícia Militar, Salvador viveu uma madrugada de forte crescimento no número de assassinatos e de ataques ao comércio, nesta sexta-feira. O governador Jaques Wagner (PT) fará um pronunciamento, às 20h de hoje, em emissoras de rádio e TV.
Entre a 1h e as 6h45, 17 pessoas foram assassinadas, de acordo com a estatística divulgada pela Secretaria de Segurança Pública. No mesmo dia da semana passada, houve 13 homicídios ao longo de 24 horas.
Ontem à noite, o músico da banda afro Olodum Denilton Souza Cerqueira, 34, voltava para casa em sua moto quando foi baleado por dois assaltantes no bairro da Mata Escura, onde vivia. O músico foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Ao menos cinco lojas tiveram os estoques saqueados no bairro da Liberdade, de acordo com relatos de comerciantes e moradores a rádios e televisão. A Polícia Civil diz que os donos das lojas ainda não haviam registrado as ocorrências até as 12h de hoje.
Em um deles, bandidos usaram um carro para invadir uma joalheria e roubar joias em menos de um minuto. Oito pessoas participaram da ação, quebraram os balcões e limparam o mostruário. O roubo durou menos de 40 segundos, conforme o registro das câmeras de segurança exibido nos telejornais da Bahia.
Sindicato dos trabalhadores no transporte coletivo ameaçam paralisar as atividades a partir das 18h de hoje. Os empresários do setor se opõem a paralisação.
Ontem, motoristas foram rendidos por grevistas armados e obrigados a entregar os ônibus para fazer barricadas no acesso ao Centro Administrativo da Bahia, conjunto que reúne os edifícios das cúpulas do Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado. O centro fica na avenida Paralela, no caminho entre o aeroporto e o centro de Salvador.
NEGOCIAÇÃO
A cúpula da segurança pública reuniu-se na manhã de hoje com representantes de quatro associações de policiais para negociar a volta ao trabalho.
A Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia), que deflagrou o movimento na terça-feira, não foi chamada para a mesa de negociações. O governo não a reconhece e tenta isolar a entidade.
Os manifestantes ligados à Aspra continuam acampados em frente à Assembleia Legislativa. O presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), disse que o clima é de tranquilidade no local.
Para tentar retomar o controle da situação, agentes da Força Nacional de Segurança e militares das Forças Armadas começaram a patrulhar as ruas de Salvador na manhã de hoje.
FONTE:FOLHA