quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Marcelo Sant'Ana: Hora de dar um tempo
Há duas semanas, após três rodadas do estadual, escrevi que Toninho Cerezo estava na frente de Joel Santana na montagem do time. Mas o Vitória regrediu e o técnico acusa dificuldades.
A incomum rispidez de Cerezo ao falar sobre Geovanni e a saída de Newton Drummond indicam como está instável o ambiente na Toca. Os assuntos são diferentes, têm motivos diferentes, mas reforçam as dificuldades do Vitória neste início de temporada, dentro e fora de campo.
Cerezo largou bem, esboçando time no estilo de 1999. Mineiro como armador fazia a função de Fernando, “com Rildo no papel de Cláudio e Arthur”, escrevi.
Acontece que, desde a saída de Rildo, Cerezo se perdeu. E o Vitória perder o embalo por que não tem Rildo preocupa. Rildo não é um Petkovic, André Catimba ou Rick. Rildo é velocista. É uma flecha, não o arco ou o arqueiro.
Enquanto não define o time, o Vitória só faz perder tempo. E os títulos e os campeonatos vão passando com experiências que não levam a lugar algum. A Seleção Brasileira de Mano Menezes está aí para reforçar a ideia.
Os testes são importantes, mas precisam de limites. Em nove rodadas, o Vitória já passou por três sistemas táticos bem diferentes. Como o grupo também é novo, assimilar as novidades fica mais complicado e demora mais tempo.
O Carnaval que acaba muitas relações vai ser ótimo para Cerezo pensar qual direção vai dar ao time e cobrar comprometimento de todos. O técnico está ganhando um tempo extra que muitas vezes a vida não nos dá. Mas, na volta, o técnico precisa ser mais claro no que quer.
Colunista
Marcelo Sant'Ana-Correio da Bahia