José Ribeiro é Radialista desde 1980(foto)
A desconfiança dos eleitores em relação aos políticos é tamanha que, entre as sugestões apresentadas, as mais votadas foram as ligadas à transparência (relatórios na Internet, transmissão pela TV das atividades do Congresso, publicação periódica em locais de fácil acesso das contas, salários e benefícios do presidente e de governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores).
"Hoje não é mais possível ter fé em nenhum partido. Tem gente ruim e gente boa espalhada em cada um deles", diz o ponderado José Vieira, 40 anos, vendedor autônomo na praça da igreja nova.A comerciária Helena Lima, 19 anos, muda o tom, mas não o sentimento: "Só muda a sigla do partido. Nenhum tem credibilidade."
Mas só acompanhar os passos dos políticos não é suficiente. O que os eleitores querem também é pôr a mão na massa: sonham com uma participação maior da população, por meio de debates, audiências públicas e mecanismos da democracia direta, como plebiscitos e referendos.
Fernando Ribeiro,que reside na praça Luiz Nogueira,(professor)também acredita que a participação popular traz benefícios para a democracia, mas alerta: "Não podemos nos iludir achando que só transparência e mecanismos de participação são suficientes para a mudança. A falta de confiança da população chegou a limites extremos.Ele lembra que o mecanismo de consulta popular já foi usado duas vezes no Brasil (com o referendo sobre porte de armas e o plebiscito sobre regime de governo, em 1993, mas sem que fosse explorado ao máximo.
Mas o professsor é otimista em relação às possibilidades da Internet para a publicação de relatórios e contas públicas. "A Rede é uma ferramenta mais poderosa do que os jornais, por exemplo, com uma grande capacidade de acumular informações. Ainda vai ser muito útil no controle de qualidade dos nossos representantes."
Outros assuntos que estão na cabeça dos Serrinhenses são a desigualdade do processo eleitoral (por exemplo: orçamentos de campanha díspares, divisão desigual no tempo destinado a cada partido na propaganda eleitoral gratuita), o tempo de duração do mandato e a reeleição, embora sobre estes dois últimos temas não se tenha chegado a um consenso. "Seria válido aumentar o mandato do presidente para seis anos porque assim a briga política ia ser menor e eles iriam cuidar do trabalho", acredita Cesar Santos . O estudante de 20 anos, no entanto, faz uma resalva: "Mas também seria necessário acabar com a reeleição. Quem está dentro, sempre acaba fazendo uso da máquina." Muitos, como judite Silva, 21 anos,reside na av.ACM, não é favorável ao aumento do tempo do mandato nem à reeleição: "O tempo não importa. O que falta aos políticos é consciência para exercer o papel que lhes cabe."
Os entrevistados acreditam que os políticos defendem em primeiro lugar os próprios interesses.Como vê meus amigos,a população tenta confiar na classe politica,mais eles
não colaboram.As denúncias são tantas que realmente fica complicado dar o chamado voto de confiança.