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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: Pois Jeová falou: "Criei e eduquei filhos, Mas eles se revoltaram contra mim. O touro conhece bem o seu dono, E o jumento, a manjedoura do seu proprietário; Mas Israel não me conhece, Meu próprio povo não se comporta com entendimento.” Ai da nação pecadora, Povo carregado de erro, Descendência de malfeitores, filhos que se corromperam! Abandonaram a Jeová".Isaías 1:1-31

terça-feira, 20 de março de 2012

Vitor Uchôa:“Até a torcida do Vitória sabe que o terceiro gol foi ilegal: afinal, uma falta daquela só pode ter sido cobrada com a mão”.


Foi Nelson Rodrigues quem nos ensinou: “A mais sórdida das peladas é de uma complexidade shakesperiana. Às vezes, num córner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural”.

Se algum idiota da objetividade ainda precisava de provas para acreditar em Nelson Rodrigues, não precisa mais. Basta rever o Ba x Vi de domingo.

Vá lá que Geovanni treine 300 cobranças de falta por dia, almoce pensando na barreira ou passe a noite sonhando com a posição do goleiro. Ninguém vai me convencer de que, nos acréscimos do primeiro tempo, depois de o Vitória abrir 2x0 e deixar empatar, ele não contou com uma ajudinha do além pra botar a bola onde botou.

Apesar de toda a técnica da cobrança, está claro que naquele instante houve influência de algum fator não previsto nas regras. É como disse Herbem Gramacho, cuja descrição da jogada dificilmente será superada: “Até a torcida do Vitória sabe que o terceiro gol foi ilegal: afinal, uma falta daquela só pode ter sido cobrada com a mão”.

Também não venham os formalistas dizer que o Vitória jogou com apenas um lateral-direito. É óbvio que Nino Paraíba estava com algum encosto durante a partida. E dos bons. Chegou bem no ataque, distinguiu os momentos certos de cruzar e passar (algo inédito) e, como dizia meu avô, “centrou” uma bola perfeita para o gol de Neto Baiano. De canhota. Um assombro!

Entre uma fantasia e outra, o lance do gol de empate do Bahia também teve seus traços de sobre-humanidade, a começar pela matada de Júnior, com o peito, direto pra Morais. E ele, com a clarividência que ainda não havia aparecido em 2012, encontrou Gabriel com o calcanhar.

O empate emprestou ao jogo toda a tensão que o Vitória parecia ter eliminado logo no início. Dali até o gol de Geovanni, uma névoa de suspense pairou no Barradão - e ela só poderia ser dissipada com um lindo toque que escapa de qualquer conceito científico.

Agora, pra não dizerem que só falei das flores, sobrenatural mesmo é o Bahia ter um zagueiro que mede mais ou menos três metros e meio e perde todas (repetindo em caixa alta pra não deixar dúvidas), TODAS as bolas por cima. Um espanto!

O resultado disso tudo emerge no mundo das coisas concretas. No Porto da Barra, por exemplo, um vendedor de queijo coalho aproveitou a manhã da segunda-feira pra distribuir chacota: “Hoje tem queijo e também tem sardinha! Sardinha na brasa é uma beleza!”. Foi o que bastou para outro ambulante iniciar uma daquelas intermináveis pelejas que marcam o pré, o pós e o próprio Ba x Vi.

Um clássico cheio de dramas, reviravoltas e muito amor de lado a lado. Sabe de uma? Shakespeare perde fácil.

FONTE:CORREIO DA BAHIA