terça-feira, 10 de abril de 2012
Cerezo nega problemas no Vitória e revela críticas de Neto Baiano à sua saída
Demitido do Vitória há menos de uma semana, o treinador Toninho Cerezo foi um dos convidados do programa Arena Sportv da tarde desta segunda-feira, 9. Entre os vários assuntos abordados, o ex-comandante rubro-negro comentou as circunstâncias da sua saída repentina do clube baiano.
Cerezo nega ter tido qualquer problema de relacionamento com o grupo, inclusive com Geovanni, considerado um dos líderes do elenco rubro-negro. “Não, eu não barrei o Geovanni. Ele não fez a pré-temporada porque estava com uma contusão e quando voltou eu já estava com um jogador, que era o Lúcio Flávio jogando. Até Geovanni entrosar, entrar no ritmo daquilo que eu queria de um jogador como ele, na posição que eu o estava colocando, ele demorou um pouco. Tanto que, a partir do momento que ele entrou no time não saiu mais”, argumentou.
O treinador completou o comentário, alegando que nunca teve preferências por determinados jogadores. “Na realidade, eu não tenho compromisso com A, B, ou C, eu tenho compromisso com o grupo. Tanto é que o Geovanni foi um dos jogadores que me ligaram para agradecer pelo meu trabalho lá, a atenção que tive com ele, e isso é gratificante”, defendeu.
Toninho ainda emendou uma declaração um tanto polêmica, que coloca um dos principais jogadores do Vitória contra o diretor de futebol do clube, Raimundo Queiroz. “No dia que eu fui embora, o diretor, no meio de todos os jogadores, perguntou se tinha alguém para reclamar de alguma coisa. O Neto Baiano levantou e falou 'aqui, noventa por cento dos jogadores estavam satisfeitos com o trabalho do Cerezo. Por que você tirou o treinador?'”, afirmou.
O ex-comandante do rubro-negro alegou também que a diretoria se deixou levar por comentários de alguns torcedores na internet, relatando um episódio que, segundo ele, ocorreu no clube. “Pois é. O cara, um dirigente, estava com um computador conversando comigo e mostrando 'olha, nessa rede aqui a torcida tá reclamando disso' 'olha, na outra aqui estão reclamando daquilo'. Aí eu lembrei dos garotinhos que entram em campo, que um deles, de uns seis anos, passou perto do meu banco e disse 'Cerezo, o Rildo tem que jogar!' [risos]. Então, você imagina, se esse daí dá palpite com seis anos, imagine o resto! Se você for acompanhar pelo computador os palpites você tá frito, não faz nada”, comentou Cerezo.
Elogios - Críticas sobre sua saída à parte, Toninho Cerezo também distribuiu elogios ao grupo do Leão, em especial a dois jogadores. “Lá no Vitória, eu tinha dois jogadores, o Rildo e um chamado Arthur Maia, que tinham essa facilidade do drible e da velocidade. Então não posso tirar isso deles, você tem que deixar. Deixar essa criatividade, essa velocidade. São jogadores que driblam bem, no tempo, além de ter a bola no pé”, valorizou.
Além disso, o ex-técnico lamentou a falta de tempo para treinar e ressaltou a capacidade dos jogadores em conquistar os objetivos do clube no ano. “Você não tem tempo para trabalhar, porque joga toda quarta e todo domingo. E ainda tem a Copa do Brasil. Nos campeonatos regionais são viagens de 300, 400 km. Então você não tem tempo para trabalhar. Mas o grupo é bom e tenho certeza que vai ganhar o Campeonato Baiano e o Vitória vai subir esse ano para a Série A, que era o grande objetivo da minha ida”, disse.