segunda-feira, 23 de abril de 2012
"O professor não tem que ser Bonzinho"
O professor, assim como o coordenador, o diretor, o zelador, a secretária, enfim, todo esse povo dentro da escola, não tem que estar feliz. Não tem que amar o que faz ali. Tem que estar focado, profissional, sério, motivado e TRABALHANDO. Felicidade, amor, alegria, diversão, é depois da aula, é no fim de semana, é na praia, na pizzaria, no balneário. Por isso tem que ganhar bem, para poder ser feliz com o que realmente importa, e não pela satisfação de educar o filho dos outros. Não tem coisa mais desagradável e prejudicial para as tentativas de profissionalização da nossa classe do que o professor que “ama” dar aula, que “ama” seus alunos. Gente, quando a gente “ama”, a gente é incondicional, não quer dinheiro, só quer amaaarr!! Aí, com a coisa desprofissionalizada, dando aula por ofício, como amador, fica difícil organizar a escola tal como empresa (particular ou estatal) que é. Sim, a escola é uma empresa, você é um funcionário e sua aula é um produto da mais alta qualidade. E nossos clientes podem – e devem – exigir qualidade tal como clientes que são.
Professor não tem que ser feliz nem amar o que faz. Professor tem que ser profissional e tem que ganhar bem. E aí sim, criar aulas mirabolantes, chegar dando pirueta na sala de aula, instigar, inspirar, mudar vidas, expandir mentes, tomar para si a capa de redentor do caos. Ganhando bem, fica fácil de especializar-se e preparar-se para enfrentar de um tudo.
JOSÉ RIBEIRO(FOTO) É RADIALISTA DESDE 1980