sábado, 5 de maio de 2012
Wagner questiona isenção em investigações realizadas por CPIs
O governador Jaques Wagner (PT) questionou a isenção da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada no Congresso Nacional, após decisiva participação do seu ex-secretário e atual líder do partido no Senado, Walter Pinheiro, para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas que atuam no setor público. Em entrevista coletiva concedida após a cerimônia que colocou a empresa japonesa Kawasaki Heavy Industries Ltda entre os acionistas do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, o petista afirmou que, de um modo geral, a “CPI é um instrumento válido" para que a Câmara e o Senado possam fiscalizar o Executivo. Entretanto, disse duvidar que o colegiado é a melhor forma de investigação. “A CPI acontece em um território de paixões, porque ela está em uma casa política. Para assegurar o sigilo fica muito mais difícil. Não estou dizendo que tem nenhum irresponsável, mas se você abre isso em uma sessão que tem 10 ou 20 [pessoas], se alguém vazar [informações], ninguém sabe quem foi”, justificou. Wagner contestou ainda a falta de preparo dos parlamentares para realizar uma apuração minuciosa das acusações. “Investigar não foi, necessariamente, o melhor treinamento que os deputados e senadores tiveram na vida, apesar de a CPI contar também com alguns policiais federais e gente oriunda do Ministério Público”, disparou. Sobre o suposto envolvimento do governador do Distrito federal, Agnelo Queiroz, seu companheiro de partido, no esquema do contraventor, Wagner minimizou. “Ele tem que dar explicação aos seus eleitores, mas, se chegar a abrir uma investigação, ele vai ter que dar uma explicação de um jeito ou de outro”, argumentou. Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, no último dia 29 de fevereiro. Nas gravações vazadas na imprensa, foram reveladas conversas suspeitas entre ele e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), além dos governadores Agnelo (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Há ainda o indicativo de ligação do criminoso com a construtora Delta, de Fernando Cavendish - que seria amigo do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) –, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.FONTE:BAHIA NOTICIAS