sábado, 16 de junho de 2012
Às vésperas da estreia da nova adaptação, neto de ‘Gabriela’ critica a associação
Enquanto o imaginário em torno do universo criado para a história de Gabriela em Ilhéus reacende com a nova adaptação para a TV, um descendente daquela que já foi considerada a “verdadeira Gabriela” faz críticas ao romance de Jorge Amado e à associação. Hélio Lima Júnior, neto da falecida Lurdes Maron, contou sobre como a interpretação criada por um jornalista amigo do escritor foi danosa à sua família, que passou a hostilizar Amado. “É importante registrar que toda essa comparação começou a ser feita logo após o lançamento do livro, quando um jornalista ilheense e radicado em São Paulo, muito amigo de Jorge Amado, publicou na revista de maior circulação da época, 'O Cruzeiro', uma matéria em que relacionava os protagonistas do livro com meus avós. A partir daí, surgiu todo esse incômodo, toda essa lenda criada e recontada ano após ano. Meu avô dizia que foi um golpe de publicidade bolado por Jorge Amado e pelo jornalista amigo dele”, disse. Hélio, que afirma preferir outros escritores conterrâneos, contou que o autor do best-seller não retornou à sua terra antes do falecimento de "Dona Lurdes". Ele relatou que sua vó passou a sofrer problemas cardíacos após a publicação. “Jorge Amado retornou a Ilhéus dois anos após a morte de minha avó, chegou e saiu sem deixar rastros, sem festas ou aplausos. As pessoas ainda se ressentiam com toda aquela história. Hoje não. Com a cidade sem cacau e praticamente sem opção do que explorar, essa associação virou um verdadeiro carnaval”, criticou. As informações são do sítio Cenabahiana.