domingo, 3 de junho de 2012
Disputas colocam base governista em xeque
A busca por crescimento no âmbito dos municípios deverá colocar em xeque a unidade da base liderada pelo governador Jaques Wagner. A disposição do PT em comandar os maiores municípios baianos tem gerado insatisfações em outros partidos da base governista.
Os aliados não escondem suas queixas: “O PT está um pouco guloso. Se fosse só eu que me queixasse, talvez o problema fosse comigo. Mas todos estão se queixando”, dispara o presidente estadual do PDT, Alexandre Brust.
No PCdoB, aliado histórico dos petistas, a percepção é a mesma, como revela o presidente estadual da sigla, Daniel Almeida: “Todo mundo reclama que o PT quer tudo para si. Esta é uma constatação de todos os partidos, incluindo o nosso”.
Base x base - Os nove partidos que oficialmente formam a base aliada deverão se enfrentar na maioria dos municípios baianos. Até o momento, a base não está totalmente unida em nenhum dos dez maiores colégios eleitorais – cenário que será demonstrado por A TARDE esta semana, na série de reportagens que segue até o próximo sábado.
Dos dez principais colégios eleitorais, o PT tem pré-candidatos em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari, Itabuna, Ilhéus, Juazeiro, Lauro de Freitas e Alagoinhas. A exceção, por ora, é Jequié, onde o partido compôs com o PP e vai indicar o candidato a vice.
Presidente estadual do PT, Jonas Paulo admite que o partido ainda pode abrir mão da disputa em alguns municípios. E cita Juazeiro e Ilhéus como cidades onde a legenda negocia com parceiros. “Vamos trabalhar com humildade e serenidade, respeitando os espaços dos aliados”, promete o petista.
Por outro lado, Jonas defende a legitimidade de o PT ampliar seu espaço em Salvador e nas cidades do interior. “Temos 14 deputados estaduais, 10 federais. É natural que o partido também cresça nos municípios”. A meta petista é eleger pelo menos 100 prefeitos na Bahia.
Sem interferência - Vice-presidente do PP na Bahia, o deputado João Leão acha que o processo eleitoral deve “correr solto” nos municípios, sem a interferência das executivas estadual e nacional.
“É claro que todos os partidos querem ter mais prefeitos. Mas quando as lideranças começam a se envolver muito, criam problemas para a base governista”, avalia Leão. Segundo ele, o PP planeja eleger em outubro entre 80 e 100 prefeitos.