sexta-feira, 8 de junho de 2012
A Justiça de Moscou proibiu nesta quinta-feira (7) realização de marchas de orgulho gay pelos próximos cem anos, segundo informações do jornal O Globo. A comunidade homossexual do país já informou que vai recorrer da decisão junto ao Tribunal de Direitos Humanos, que acontece em meio a uma onda de proibição de manifestações.
O tribunal municipal de Moscou negou uma apelação feita pelo principal líder LGBT do país, Nikolai Alexeyev, que pedia direito para realizar a parada gay na capital russa pelos próximos 100 anos. Uma medida similar, anti-propaganda gay, já está em vigor em outras cinco regiões da Rússia.
"O tempo passa e seguiremos pedindo autorização para novas ações, ainda que nos neguem. Desta vez decidimos recorrer em Estrasburgo contra a proibição de futuras marchas", declarou Alexeyev.
Na quarta-feira, a Câmara Alta do Parlamento do país aproveu um projeto que determina aumento em 150 vezes da multa para quem participa de projetos não autorizados. O projeto aguarda sanção do presidente Vladimir Putin para entrar em vigor.
No começo do ano, a prefeitura de Moscou negou uma solicitação para 102 paradas gay entre 2012 e 2112. "Utilizamos uma brecha na legislação que não estabelece um prazo máximo na hora de realizar acordos sobre manifestações", diz Alexeyev. Em maio, ele chegou a ser condenado por "propaganda gay".
Uma tentativa de organizar uma parada gay no último dia 27 de maio em Moscou foi frustrada pela polícia. Religiosos também fizeram uma manifestação no centro da capital para impedir protestos por parte da comunidade LGBT contra o projeto de lei anti propaganda gay que é discutido na cidade.
Essa mesma lei contra propaganda homossexual já foi aprovada por várias cidades russas. Uma pesquisa do Centro Levada revela que 74% dos russos acreditam que gays e lésbicas têm problemas mentais e menos da metade dos cidadãos russos acreditam que homossexuais devem ter os mesmos direitos que os heterossexuais.