terça-feira, 7 de agosto de 2012
CPI volta do recesso e ouve depoimento da mulher de Cachoeira nesta terça
Depois de cerca de duas semanas de recesso parlamentar, a CPI do Cachoeira retoma suas atividades nesta semana com os depoimentos de quatro testemunhas. A comissão investiga o esquema de corrupção que envolvia agentes públicos e privados encabeçado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro pela Polícia Federal.
A primeira chamada para prestar esclarecimentos será a mulher do contraventor, Andressa Mendonça, às 10h15, nesta terça-feira (7). A defesa dela chegou a entrar com um pedido na comissão para adiar seu depoimento, mas foi rejeitado pelo presidente da CPI, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
No fim do mês passado, Andressa foi levada à sede da Polícia Federal em Goiânia (GO) para prestar depoimento e teve de pagar fiança de R$ 100 mil para não ser presa. Ela foi acusada de tentar chantagear o juiz Alderico Rocha Santos, da 5ª Vara Federal, responsável pelo processo referente à Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira em fevereiro deste ano. Segundo o juiz, Andressa Mendonça teria dito que divulgaria um dossiê com denúncias contra o juiz.
Para os procuradores do Ministério Público Federal em Goiás Léa Batista de Oliveira e Daniel de Resende Salgado, responsáveis pela operação Monte Carlo, Andressa estaria atuando como “mensageira do grupo criminoso” durante os encontros que mantém com marido. Agora, ela está proibida por ordem judicial de vê-lo.
Além de Andressa, está previsto o depoimento ainda nesta terça de Joaquim Gomes Thomé Neto, policial aposentado acusado de realizar serviços de arapongagem para a quadrilha de Cachoeira. Em julho, Thomé Neto encaminhou à CPI um pedido de adiamento por motivos de saúde. Ainda que compareça à reunião, a expectativa é que ele não fale, já que possui autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) que aceitou o pedido de usar o direito de ficar em silêncio durante a reunião para não se autoincriminar.