sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Arce vê paralelo entre Palmeiras atual e time rebaixado de 2002: "entra na situação e não sai"
Ídolo de uma fase vencedora do Palmeiras, o paraguaio Arce marcou de pênalti o último gol da equipe no Brasileiro de 2002, na derrota para o Vitória por 4 a 3 em Salvador. No entanto, naquela altura, aos 43min do segundo tempo, o primeiro rebaixamento do clube na Série A estava praticamente selado. Hoje, dez anos mais tarde, o ex-jogador diz ver paralelos entre aquele time com o elenco atual e revela pessimismo na luta contra a nova queda.
Após passagem no comando pela seleção paraguaia, atualmente Chiqui Arce trabalha como técnico do modesto Rubio Ñu, da primeira divisão local. Do país vizinho o antigo lateral direito tem acompanhado o martírio palmeirense na batalha para impedir o novo rebaixamento e diz que é difícil não se envolver.
No entanto, o ex-lateral evita discurso de defesa de Felipão, afastado pela direção nos últimos dias. Arce diz entender que o rompimento faz parte de uma cultura mundial do futebol.
"Não quero dar opinião, não conheço a profundidade da situação. Mas em todo mundo é assim. Há dois ou três meses ele conseguiu titulo, que dava direito de participar da Libertadores. Mas a sequencia de maus resultados termina na destituição em qualquer lugar do mundo", comenta o paraguaio.
"[Acompanho] com preocupação, da parte de alguém que viveu no clube, que passou por essa situação. Sei o quanto é difícil, quando se entra nesta má fase é difícil conseguir sair", afirmou Arce em entrevista ao UOL Esporte.
Em 2002, o paraguaio integrou o Palmeiras que começou o Brasileiro com Vanderlei Luxemburgo e acabou nas mãos de Levir Culpi. Arce tinha a companhia de jogadores como Zinho, Leonardo Moura (hoje no Flamengo) e Nenê (atualmente no Paris Saint-Germain). O ex-lateral diz ver semelhanças entre aquela equipe e o time atual.
"Tem muitos jogadores que ficaram machucados depois que acabou a Copa do Brasil. Aconteceu com a gente também na época. A gente pensava: ‘a partida seguinte a gente recupera, o jogo seguinte a gente ganha’. Não é assim. É um outro tipo de disputa em relação à Copa do Brasil. Você entra em uma situação e não sai mais", opina Arce.
"Quando você entra nessa situação a pressão já é maior. Existia também jovens dentro do elenco, o que traz mais dificuldade para segurar a barra, para recuperar. Parece um elenco curto, como na época também, com alguns jogadores de experiência. Mas acaba virando uma situação complicada", diz.
Hoje o Palmeiras tem a segunda pior campanha do Brasileirão, com 20 pontos e 27% de aproveitamento - cinco vitórias, cinco empates e 15 derrotas [supera o Atlético-GO apenas nos critérios de desempate]. Ao todo foram 22 gols marcados e 35 sofridos.
O time volta a campo pela Série A neste sábado, quando enfrenta o Figueirense em Florianópolis, em confronto direto na luta contra o rebaixamento, na estreia do técnico Gilson Kleina. Os catarinenses somam 22 pontos e estão uma posição acima do Palmeiras na classificação.
De acordo com o Chance de Gol, site parceiro do UOL, o Palmeiras atualmente apresenta 77,1% de chances de ser rebaixado [Figueirense, Sport e Atlético-GO têm números superiores a 80%, segundo o levantamento matemático].