domingo, 16 de setembro de 2012
Declarações de Lula diminuem importância de candidatura petista em Feira
Pelo que revelou o próprio ex-presidente,a vinda dele, na visão do partido, representaria algo como perda de tempo, diante da realidade dos números. De acordo com Lula, a direção nacional do Partido dos Trabalhadores havia vetado sua viagem para Feira de Santana por causa da "grande desvantagem do petista Zé Neto para o líder nas pesquisas, o ex-prefeito José Ronaldo (DEM)".
Segundo a mais recente pesquisa Ibope na cidade, divulgada pela TV Subaé, o democrata tinha 76% de intenções de voto, ante 8% do petista.
"A direção não queria que eu viesse porque o adversário tinha 80% e você (Zé Neto) tinha 8%; disseram que eu deveria viajar para lugares onde as possibilidades eram maiores", afirmou Lula.
Em seguida, justificou ter contrariado a recomendação do partido: "Mas esse galego (referindo-se ao governador Jaques Wagner) me encheu os patuás para eu vir a esta cidade;,você (Zé Neto) tem nele mais do que um companheiro".
O ex-presidente disse que o argumento de Wagner para convencê-lo foi uma "dívida de gratidão". "Ele falou da gratidão que tem pela lealdade do seu comportamento na liderança do governo Wagner (na Assembleia Legislativa)".
A forma como o ex-presidente expôs a liderança do principal adversário de Neto (o ex-prefeito José Ronaldo até aumentando sua vantagem em 4% os números do Ibope), e ainda o pensamento da cúpula nacional petista, de que em Feira de Santana não há praticamente nada a ser feito para evitar a derrota é ato falho de Lula.
Sua visita a Feira de Santana deveria ter como mote o mérito do candidato petista na cidade, sua história de luta, seu trabalho político e projeto de governo, não simplesmente uma "dívida de gratidão" de Wagner com Neto pela defesa que o deputado lhe fez na Assembleia. Só faltou dizer que veio forçado, amarrado.
As justificativas de Lula, em interpretação desapaixonada e lógica, diminuem a importância do seu candidato em Feira e coloca a visita à cidade muito mais como uma espécie de "consolo" a quem está fadado ao fracasso do que propriamente um esforço político de quem tem a confiança de que é possível vencer a disputa.
Provavelmente não se pensou um pouco no que dizer. Revelou-se o desnecessário. A estratégia de marketing era excelente (a vinda do ex-presidente com sua grande popularidade). Mas com esse tipo de declaração...FONTE:TRIBUNA FEIRENSE(FOTO)VALDOMIRO SILVA-JORNALISTA