sábado, 29 de setembro de 2012
Joaquim Barbosa rebate críticas de Marco Aurélio e diz que chegou ao STF por mérito e não por ser parente de ex-presidente
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta sexta-feira (28), as críticas feitas pelo também ministro da STF, Marco Aurélio Mello, que estaria preocupado com o desempenho de Barbosa ao assumir a presidência da mais alta Corte brasileira. Por meio de nota à imprensa, Barbosa declarou que "um dos principais obstáculos a serem enfrentados por qualquer pessoa que ocupe a presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello" e que para comprová-lo, "basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos dez ou 12 anos”. As divergências entre os magistrados ficaram em evidência desde o início do julgamento do mensalão devido ao posicionamento mais agressivo adotado por Barbosa nas últimas sessões para julgar a ação penal. Joaquim Barbosa deverá assumir a presidência do STF em novembro, assim que o atual presidente, ministro Carlos Ayres Britto se aposentar compulsoriamente por completar 70 anos. O vice-presidente da Corte, por natureza e tradição, é conduzido à presidência, mas precisa ser confirmada por votação entre os ministros da Casa. O ministro, que atualmente é o relator do mensalão, afirma que se assumir a presidência do STF não tomará "decisões rocambolescas e chocantes para a coletividade" e também não adotará posições "de claro e deliberado confronto para com os poderes constituídos, de intervenções manifestamente gauche, de puro exibicionismo", que em sua concepção, é o forte de Marco Aurélio. Ainda em resposta ao Marco Aurélio, Barbosa destacou que conquistou o posto por esforço acadêmico e profissional, e não por indicação fruto de "natureza familiar", ao referenciar o grau de parentesco entre Marco Aurélio e o ex-presidente Fernando Collor de Mello. O ex-presidente indicou o primo para a Suprema Corte no início da década de 90. Barbosa tentou publicar a nota de resposta, de cárater pessoal, no site oficial do STF, mas foi impedido por Ayres Britto.