sábado, 29 de setembro de 2012
Mensalão não muda o voto de 81% em São Paulo
Apesar da grande repercussão no mundo político, 81% do eleitorado paulistano afirma que não mudou o voto por causa do julgamento do mensalão.
De acordo com os números colhidos pelo Datafolha nesta semana, apenas 19% dos eleitores da capital de São Paulo dizem que estão bem informados a respeito do julgamento. Uma parcela quase idêntica de paulistanos, 18%, afirma que sequer tomou conhecimento do assunto.
O julgamento do mensalão avança no Supremo Tribunal Federal num período que coincide com o auge das campanhas eleitorais.
Outra constatação é que para a maioria dos paulistanos (51%) o julgamento não exerce qualquer influência na definição do voto. Grande influência mesmo só para 22% dos entrevistados.
RESCALDO
Por envolver antigas lideranças do PT e de partidos aliados do governo Lula, presume-se que o maior prejudicado pelo julgamento do mensalão seja o petista Fernando Haddad.
Entre os 19% que mudaram de voto por causa do julgamento, Haddad é, de fato, o que mais perde. Nesse grupo, 52,5% dizem que deixaram de votar nele.
A notícia, porém, não pode ser considerada completamente desoladora para a campanha do petista.
Entre os eleitores que mudaram o voto por causa do mensalão, 21,1% disseram que deixarão de votar no tucano José Serra. E 26,4% deixaram de votar em outros rivais de Haddad, como Celso Russomanno (PRB), Gabriel Chalita (PMDB) e Paulinho da Força (PDT).
Na soma final, o julgamento fez Haddad perder alguns pontos. Mas tanto quanto a soma de seus rivais.
METODOLOGIA
Todas as perguntas do Datafolha relacionadas ao tema mensalão foram feitas pelos entrevistadores após o encerramento das questões sobre intenção de voto.
O objetivo de ordenar o questionário dessa forma é evitar que uma conversa antecipada sobre mensalão influencie e acabe distorcendo os resultados sobre adesão ou rejeição aos concorrentes.
Na pesquisa de intenção de voto, Russomanno lidera isolado com 30%. Em segundo estão tecnicamente empatados Serra, com 22%, e Haddad, com 18%.
O Datafolha ouviu 1.799 eleitores nos dias 26 e 27 de setembro, o que resulta numa margem de erro de dois pontos e 95% de confiança. Se o instituto repetir a pesquisa 100 vezes com a mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem 95 vezes.