segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Sem acordo, bancários devem começar greve nacional a partir de amanhã
Sem acordo de reajuste, os sindicatos bancários de todo o país confirmaram greve nacional a partir desta terça por tempo indeterminado.
O movimento foi definido em assembleias na terça e quarta-feira da semana passada, que deram até hoje, às 19h, para receber uma contraproposta dos bancos. Se até esse prazo, não houver manifestação dos dirigentes a categoria decidiu que será mantida a greve para amanhã. A decisão será referendada em assembleias sindicais em todo o país.
Segundo o sindicato, as entidades patronais não entraram em contato nem fizeram uma contraproposta após decisão de paralisação. Procurada, a Fenaban informou que não tem nada a comentar, mas que talvez no final da tarde ou amanhã tenha um posicionamento.
A categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos só ofereceram 6% (aumento real de 0,58%).
Também reivindicam participação nos lucros de três salários mais R$ 4.961,25, piso salarial do Dieese de R$ 2.416,38, vales alimentação e refeição de R$ 622, entre outras reivindicações.
Os bancários entregaram a pauta com as reivindicações no dia 1º de agosto; a data-base da categoria é 1º de setembro. Após nove rodadas de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), não houve acordo para o índice de reajuste.
Durante a greve, os caixas de auto-atendimento vão continuar funcionando normalmente para atender os clientes.
Segundo balanço do Dieese, quase a totalidade das categorias (97%) que fecharam acordo no primeiro semestre do ano tiveram aumento real. A média de aumento real recebido foi de 2,23%. Foi o melhor resultado das negociações salariais acompanhadas pelo Dieese desde 1996.
Os bancários argumentam que os altos executivos dos quatro principais bancos --Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander-- deve crescer 9,7% entre 2011 e 2012.
No ano passado, os bancários cruzaram os braços durante 21 dias, sendo aquela a greve do setor que contou com participação recorde da base, que hoje conta com cerca de 508 mil bancários.
FEBRABAN
O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, disse na sexta-feira (14) que a entidade tinha até hoje para negociar com os bancários em vários Estados.
"Continuamos intensamente em processo de negociação. O interesse é evitar a paralisação, que não é boa para os bancos, nem para os bancários e muito menos para a população", afirmou. Portugal não comentou qual pode ser a contraproposta dos bancos.
VEJA ALGUMAS REIVINDICAÇÕES DA CATEGORIA
Reajuste de 10,25% (inflação mais 5% de aumento real)
PLR (participação nos lucros e resultados) de três salários mais R$ 4.961,25
Piso salarial de R$ 2.416,38
Vales alimentação e refeição equivalentes ao salário mínimo (R$ 622)
Previdência complementar para todos os trabalhadores