domingo, 28 de outubro de 2012
"Falava para ela parar de fumar", diz Ana Rosa sobre Regina Dourado; famosos lamentam morte
O corpo de Regina Dourado, 59, começou a ser velado no final da tarde deste sábado (27) no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. A atriz morreu na manhã de hoje, depois de uma semana internada, “em decorrência da evolução de um tumor maligno na mama”, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Português. A atriz lutava contra um câncer desde 2003.
Logo que os familiares anunciaram que o corpo da atriz seria velado e cremado no Jardim da Saudade, dezenas de fãs se dirigiram para o cemitério. “Com seu talento e irreverência, Regina Dourado ajudou a projetar a cultura da Bahia em outros estados e países através das novelas e do teatro”, disse a artista plástica Regina Martinez Ferreira, 36.
Irmão da atriz, o músico e fotógrafo Oscar Dourado foi um dos primeiros familiares a chegar ao cemitério. “Desde que ela foi internada, a gente sabia que a morte era uma questão de dias, talvez horas. Os médicos e funcionários do hospital fizeram tudo que estavam ao alcance da ciência, mas não tinha jeito. O câncer tomou conta do corpo de minha irmã.” Depois de abrir a cerimônia ao público, Oscar Dourado afirmou que, neste domingo, será celebrada uma missa às 15h e, às 16h30, o corpo de Regina Dourado será cremado. Somente familiares e amigos mais próximos vão acompanhar a cremação.
Apesar do sucesso, Regina Dourado afirmou que não tinha planos de seguir a carreira de atriz. Ela foi passar férias no Rio de Janeiro, fez um teste para o especial "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'água", dirigido por Walter Avancini em 1978, e acabou sendo contratada para trabalhar em sua primeira novela, "Pai Herói", de Janete Clair, em 1979
Em nota, a família agradeceu o empenho dos médicos e funcionários do Hospital Português durante o período em que a atriz ficou internada. Ainda na nota, os familiares informaram que Regina Dourado “será sempre lembrada pela presença vibrante, forte personalidade e pelo sorriso positivo e contagiante”.
Ex-secretário da Cultura do governo baiano e diretor de teatro, Márcio Meireles lamentou a morte da atriz. “Ela tinha uma presença incrível no palco e dominava a televisão. Sua morte deixa um grande vazio para nós que amamos a arte.” Também diretor de teatro, Paulo Dourado, irmão da atriz, disse que a marca que Regina Dourado deixa é a simplicidade. “No auge da carreira, quando era disputada por emissoras de televisão e diretores de teatro, minha irmã sempre agiu de forma simples. Ela nunca quis ser uma estrela porque sempre achou que a vida é muito efêmera.”
A doença:
Atriz de teatro, cinema e TV, onde foi escalada para mais de 20 programas, Regina Dourado teve seu maior destaque na novela “Explode Coração" (1995), de Glória Perez. Na trama da Globo, ela interpretava Lucineide, que ficou famosa por criar o bordão "stop, Salgadinho", usado quando falava com o marido, interpretado por Rogério Cardoso.
Regina Dourado deu entrada no Hospital Português no último sábado (20), depois de passar mal em casa. Ao chegar à unidade, os médicos decidiram, em comum acordo com os familiares, suspender a quimioterapia. “Não adiantava mais tanto sofrimento. Nas últimas horas de vida, a única coisa que funcionava em minha irmã era o coração. Ela já não reconhecia mais ninguém, necessitava de oxigênio permanentemente e tinha muitas dificuldades para abrir os olhos”, disse Oscar Dourado.