segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Chefe da igreja católica escocesa acusado de conduta "imprópria" renuncia e não vai ao conclave
O chefe da Igreja Católica da Escócia, o cardeal Keith O'Brien, que iria participar no conclave que escolherá o novo papa, renunciou ao posto na manhã desta segunda-feira (25), segundo a BBC.
O'Brien, 74, foi denunciado ao Vaticano por "atos impróprios" cometidos 33 anos atrás. Ele nega as acusações feitas por três padres e um ex-religioso, que foram transmitidas à Roma uma semana antes do anúncio da renúncia de Bento 16, em 11 de fevereiro.
O cardeal disse que ele já havia apresentado sua renúncia ao papa, e que ela deveria contar a partir do momento em que ele completasse 75 anos, no mês que vem. Porém, segundo O'Brien, o próprio Bento 16 "decidiu que a renúncia seria feita hoje".
Ainda segundo a declaração, o pontífice deve nomear um administrador apostólico da arquidiocese da Escócia como bispo auxiliar para o lugar de O'Brien até que um sucessor seja nomeado.
A denúncia
Os quatro demandantes da diocese de St. Andrews e Edimburgo, na Escócia, afirmaram ao núncio apostólico no Reino Unido, o arcebispo Antonio Mennini, que O'Brien cometeu "atos impróprios" há 33 anos.
Um dos padres afirma que foi vítima de atenção não desejada por parte do cardeal. Outro afirma que O'Brien aproveitava as orações noturnas para ter contatos impróprios.
Os denunciantes, que pedem a renúncia do cardeal, temiam que as acusações não fossem examinadas caso o cardeal fosse autorizado a viajar a Roma para participar no conclave. "A Igreja tem a tendência a acobertar e proteger o sistema a qualquer preço", afirmou um deles ao "Observer".