quarta-feira, 6 de março de 2013
Com expectativa de confissão, Bruno dá sua versão sobre sumiço de Eliza
Quase três anos após a morte de Eliza Samudio, o goleiro Bruno Fernandes poderá dar nesta quarta-feira (6), a sua versão para o desaparecimento da modelo, com quem ele teve um filho, Bruninho Samudio. A partir de 13h, o goleiro será interrogado, sem limite de tempo, por defesa e acusação, no salão do júri do fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). Ele é acusado pelo sequestro de Eliza e do bebê e pela morte e ocultação do cadáver da modelo.
O ex-goleiro do Flamengo abandonou a postura altiva e se manteve cabisbaixo a maior parte do tempo ao longo do júri. Com a Bíblia na mão, o goleiro chorou de maneira contida na segunda-feira e repetiu a dose, com mais intensidade, na sessão de ontem,
Nos bastidores do julgamento, comenta-se que o goleiro poderá confessar, ainda que parcialmente, sua participação no crime.
A possibilidade de confissão foi admitida tanto pela acusação quando pela defesa. A atual noiva do goleiro, Ingrid Calheiros, afirmou que ele contará "tudo que sabe" sobre o caso.
O advogado Cidney Mendes Karpinski, assistente de acusação da Promotoria, confirmou nesta terça-feira (5) ter havido uma conversa com a defesa do goleiro Bruno Fernandes com relação a uma possível confissão do réu no julgamento sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do jogador desaparecida desde 2010. O júri popular começou na segunda-feira (4).
Negociação para confissão:
Karpinski afirmou ter procurado Lúcio Adolfo da Silva e Tiago Lenoir, advogados do ex-atleta, no final da sessão do primeiro dia de julgamento e "aconselhado" a eles que orientassem o cliente a produzir uma confissão.
"Eu aconselhei e conversei rapidamente com o Lúcio Adolfo e com o Tiago no sentido de que viessem a avaliar essa situação desfavorável ao Bruno. O atenuante [confissão] poderia ser favorável ao Bruno. Essa confissão daria benefícios ao réu", disse o advogado.
Questionado sobre a intenção declarada em ajudar o goleiro, já que ele é da acusação, Karpinski afirmou que a busca é pela "justiça".
"Na realidade, o que se busca é a justiça. Se ele confessa, o que é um direito dele, é porque a gente acredita também na reabilitação dele, embora o crime tenha sido brutal", disse o representante do pai de Eliza Samudio.